Trabalhadores ocupam Superintendência do INSS, no Recife, contra reforma da Previdência

A superintendência do INSS em Pernambuco, localizada na avenida Mario Melo, em Santo Amaro, foi ocupada, na manhã dessa quinta-feira, 16 de junho, por manifestantes que realizaram um ato público no local contra a reforma da Previdência anunciada pelo governo Temer. A ação foi coordenada pela CUT e contou com a participação do Sindsep-PE, Sindsprev e de vários sindicatos rurais e urbanos. Estavam presentes também a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Pernambuco (Fetape) e o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST).

O presidente da CUT-PE, Carlos Veras, explica que a ação fez parte de um Dia Nacional de Luta contra a reforma da Previdência. Todas as agências do INSS no estado foram ocupadas. A sede do órgão, em Brasília, também. A atividade no Distrito Federal contou com a participação de aproximadamente 10 mil pessoas. “Vamos continuar em Brasília e estamos construindo uma grande greve geral. A reforma da Previdência não passará”, dispara Veras.

Durante o ato público, a coordenadora geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira, ressaltou a importância da Previdência. “Temos uma Previdência que muitos países gostariam de ter. Ela é universal e solidária”, pontuou a servidora. Graça aproveitou a oportunidade também para denunciar o golpe que o governo interino deu na Geap. Ele conseguiu uma liminar e destituiu o Conselho de Administração (Conad), eleito de forma legítima. 

O ato público contou com o apoio dos contribuintes e servidores. “Estamos preocupados com o futuro do órgão. Primeiro fomos atrelados ao Ministério do Trabalho, agora ao Desenvolvimento Social. No final das contas não sabemos mais a quem devemos nos remeter. Está tudo muito confuso. Temo pelas pessoas que estão a espera da aposentadoria”, relata a servidora do INSS, Cristina Padilha.

Maria Vanusa Soares, 30 anos de contribuição, estava na agência do INSS no momento do ato, aguardando atendimento.  Ela está apreensiva com as possíveis mudanças. “Vou perder por causa do fator previdenciário, mas prefiro já dar entrada agora porque se a idade mínima aumentar eu não consigo me aposentar agora e não tenho mais condições de continuar contribuindo”, diz ela.

No interior, os diretores terriorias de base, Daniel Amorim (Caruaru) e Carmem Santana (Palmares) também participaram da manifestação.