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Em palestra no Sindsep-PE, Mino Carta critica a “casa grande” e diz que “a máfia está no poder”


O jornalista veio ao Recife participar do projeto Abrace a Carta Capital, promovido pelo sindicato

Publicado: 13/07/2017
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

Na última terça-feira à noite, dia 11, o Sindsep-PE recebeu para uma palestra em seu auditório o jornalista e diretor da revista Carta Capital, Mino Carta. Acompanhado da filha Manoela Carta, o jornalista  veio participar do projeto Abrace a Carta Capital, uma campanha de assinatura da revista, como forma de contribuir para a continuidade da versão impressa da publicação. Dentro da proposta, foi oferecido um preço diferenciado para assinatura aos que participaram da palestra e aos filados ao sindicato. Basta entrar no endereço assinecarta.com.br/Sindsep-pe.

Em quase duas horas entre a palestra e debate, Mino Carta falou do difícil momento pelo qual  o Brasil atravessa, responsabilizou a elite - a quem chama de casa grande – pela desigualdade social, criticou os partidos de esquerda e o movimento sindical por reagir timidamente  a tudo isso e  acusou a mídia de porta voz da casa grande. Ele não poupou críticas ao governo Temer, ao Congresso Nacional e ao Judiciário.

“Teremos logo mais o Rodrigo Maia como presidente do Brasil. Temer vai cair, não tem jeito. Rodrigo Maia? É outro complicado, que nas negociações escusas com a Odebretch ganhou a alcunha de Botafogo, assim como o Eunício Oliveira (presidente do Senado) é o Índio. Nós temos a máfia no poder. E nós quietos? E eles vão assim até 2018. Está desenhado com uma clareza alucinante. Essa, a meu ver, é a situação que estamos vivendo. Na esquina (futuro) temos um país ainda pior, infinitamente pior. Se nós somos conscientes das nossas responsabilidades, vamos tentar tomar outro caminho”, disparou Mino Carta, convocando as forças progressistas a fazerem a mea culpa.

“É hora de uma bela autocrítica. O país tem um desequilíbrio social monstruoso, para competir com Serra Leoa, com Nigéria, ou países assim. O desequilíbrio social é porque nunca houve um verdadeiro partido de esquerda. É porque os sindicatos não trabalharam corretamente. Cabia a eles e ao partido de esquerda iluminar o povo brasileiro, abrir os olhos de vários pessoas e dizer como estão sendo espinzinhadas, diariamente, da forma mais feroz e desumana. Então é hora de uma autocrítica salutar, reconhecer os erros e preparar outra estratégia. Pensar realmente em um enfrentamento, que não acontecerá amanhã, acontecerá possivelmente dentro de dez anos ou de 20 “.

A palestra de Mino Carta aconteceu no exato momento em que, no Senado, era aprovada a reforma trabalhista. “A reforma trabalhista visa o quê? Primeiro: reduzir o trabalhador ao ser absolutamente secundário, talvez pior que isso; reduzir o alcance do sindicato: agride a negociação direta entre patrão e empregado, entre outras coisas. A única garantia que o trabalhador tem a partir de Getúlio Vargas, que fora ditador era um estadista, era a CLT. Essa era a única garantia dele, a garantia da carteira do trabalho. E os sindicatos fazem o quê? Nada! O que vai acontecer amanhã? Nada! É isso que me deixa com o sangue fervendo nas veias”, lamenta.

Sobre a mídia, Mino Carta foi incisivo: “A mídia brasileira é porta voz da casa grande. Recentemente Marco Coimbra escrevia na Carta Capital uma coluna em que dizia: “os Marinhos, o avô e o pai, queriam influenciar o governo”. E sempre conseguiam. Sobretudo a partir da ditadura. Os filhos e os netos, os atuais, querem governar. Eles já têm no bolso o candidato deles para 2018. Já está pronto. Eles querem governar”.

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