Federais paralisam atividades no dia de luta contra a PEC 55

Várias manifestações ocorreram no Recife e em todo o Estado neste Dia Nacional de Paralisação rumo à greve geral contra os retrocessos do governo Temer, como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, que pretende congelar por 20 anos os investimentos em educação, saúde, habitação, saneamento e outras políticas públicas. 

Os servidores do Incra paralisaram as atividades durante todo o dia. A mobilização começou cedo em um ato com café da manhã em protesto contra a PEC-55 e contra o enfraquecimento do órgão. O Incra foi um dos órgãos, responsáveis pelas políticas de reforma agrária, que foi transferido do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) para a Casa Civil, depois que Michel Temer assumiu a Presidência. A mudança provocou reação dos servidores e movimentos populares, que acreditam em um enfraquecimento crescente da política agrária brasileira.

“Nós não vislumbramos nada de positivo com essa PEC. Não é a toa que ela está sendo chamada de PEC do Fim do Mundo. É completamente antidemocrática porque vai ser péssima para as conquistas sociais da população e um desastre para a economia do país, uma vez que irá algemar os investimentos dos próximos governos”, comentou o diretor da Assincra, Lúcio Siqueira. “O Incra está sendo esvaziado. A ideia é restringir as nossas atividades para enfraquecer as políticas agrárias e beneficiar o agronegócio”, complementou o diretor do Sindsep-PE, Orlando Marinho.

Os servidores da Funasa/Ministério da Saúde em Limoeiro também paralisaram as atividades durante todo o dia. “Aqui na II Geres contamos com o apoio dos servidores estaduais, dos vigilantes, de todo o mundo. Foi forte e muito expressiva a nossa mobilização”, conta o diretor do Sindsep-PE, Ramilson Matos.

Em Recife, a programação do Dia Nacional de Paralisação terminou com o ato público no final da tarde, na praça do Derby, organizado pelo movimento de mulheres, com apoio dos sindicatos, centrais e demais movimentos sociais. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada pela avenida Conde da Boa Vista para protestar contra a violência às mulheres e também contra a PEC 55.