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Nova Economia analisa a crise do agronegócio, que soma perdas de até R$ 80 bilhões


Apesar de um boom agrícola nos últimos cinco anos, a última safra brasileira teve redução de produtividade 90 para 35 sacas por hectare

Publicado: 03/05/2024

Do GGN

De acordo com um levantamento da Serasa Experian, 28% dos produtores rurais estavam inadimplentes em 2023. Para discutir o panorama do agronegócio no país, o programa Nova Economia da última quinta-feira (2) contou com a participação do economista agrícola e ex-presidente da UNE, Jean Marc, e o economista Luís Alberto de Paiva, diretor da Corporate Consulting.

Apesar de um boom agrícola nos últimos cinco anos, a última safra brasileira teve redução. Luís Paiva comenta que a perda de produtividade foi tão expressiva que, em vez de 90 sacas por hectare, o resultado foi de 35. 

“Há um alarde, principalmente no setor de soja, de que o Brasil pode estar perdendo algo em torno de R$ 80 bilhões este ano em verbas”, comenta o economista. 

Sem a produtividade esperada, os produtores rurais não conseguem honrar o volume de empréstimos realizados para financiar a plantação. 

“Se essas dívidas não forem pagas imediatamente, não teremos empréstimos para garantir novas colheitas e isso pode significar um abalo dentro da atividade agrícola no próximo ano”, continua Paiva. 

Crise permanente

O alto nível de endividamento dos produtores reais, no entanto, não é um fenômeno recente. De acordo com o também economista Jean Marc, o sucesso do agronegócio se mede pelos resultados, pelo valor da especulação. Porém, os custos não são considerados nesta métrica. 

“Ao longo dos últimos 30 anos, vem o boom do agronegócio, mas que tem um sistemático endividamento desse setor, que passou por dezenas de processos de renegociação de dívidas, de anistia de dívidas, tanto nos grandes, médios quanto nos pequenos produtores”, adianta Marc. 

Em relação ao crédito, o aumento da concessão aos produtores, especialmente o “agronegocinho”, como é chamado o setor de agricultura familiar, teve início ainda no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Desde aquela época, uma das principais reivindicações é a renegociação de dívidas. “Quando você tem permanentemente uma situação de endividamento e insolvência no caso da agricultura familiar, muita quebra, gente que perdeu produção a ponto de perder propriedade, apesar da enorme quantidade de subsídios e isenções de impostos que são entregues para facilitar a produção rural e a agricultura em geral”, continua Jean Marc.

O agronegócio é um setor que tem, segundo o economista, uma sustentabilidade financeira precária, que precisa de uma muleta estatal pesada para se manter, não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos e Europa. 

“Para cada dólar produzido pela agricultura americana tinha um dólar de subsídio. Na Europa era mais ou menos a mesma coisa”, continua Marc.

Confira o debate completo AQUI

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