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Pernambucanos promovem diversos atos em mais um dia de luta


No Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos centrais sindicais mobilizaram atos nas 27 capitais

Publicado: 17/08/2016

Da Ascom Sindsep

As mobilizações realizadas no dia de ontem por centrais sindicais em 27 capitais brasileiras deixaram claro que os trabalhadores não aceitarão ser prejudicados por retrocessos como os que vêm sendo sinalizados pelo governo interino de Michel Temer, que prevê uma série e ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários. O Dia Nacional de Mobilização e Luta por Emprego e Garantia de Direitos foi articulado por oito centrais sindicais: CUT, CTB, CSP, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT.

Enquanto mais de seis mil pessoas se concentraram em frente a um dos maiores símbolos do Golpe, a Fiesp, na avenida Paulista, trabalhadores e estudantes pernambucanos realizaram uma série de atos no Recife. O dia teve início com uma assembleia de Petroquímicos em Suape/Ipojuca, a partir das 6h na Petroquímica. Às 8h teve ato público da Federação dos Trabalhadores de Pernambuco (Fetape), na Secretaria de Agricultura do Estado, localizada no Parque de Exposição de Animais, no Cordeiro.

A tarde contou com um debate no auditório do Centro de Artes e Comunicação da UFPE com a participação do ativista político e social de Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) e da Frente Povo Sem Medo. Durante o debate 'Brasil, o que está em jogo?', Boulos acusou o governo interino de querer rasgar a CLT, acabando com diversos direitos adquiridos pelo trabalhador; destruir a previdência social; e liquidar com o Sistema Único de Saúde e com a educação pública no Brasil.

“É uma regressão social que fará o Brasil andar 30 anos para trás. Não podemos permitir isso. A esquerda brasileira precisa retomar seu trabalho de base para unir a população contra esses desmandos”, destacou.

Para Boulos é necessário que todos tenham em mente o quanto esse governo “golpista” é perigoso. “Temer não foi eleito e nem pretende se eleger. Então ele não tem que dar satisfação a ninguém. Pode fazer o que quiser. As maiores aberrações”, sublinhou.

Segundo o ativista político, não há mais lugar para conciliação entre esquerda e as forças conservadoras no Brasil. “Ao ser eleito, Lula sentou com a elite econômica e firmou um pacto. Mas, agora, o pacto se desfez e o golpe é a coroação disso. A esquerda foi traída pela elite que não está nem um pouco preocupada com os destinos do país e da classe trabalhadora”, disse.

Para Boulos, o sistema político faliu. “Ficou claro que quem não tem o apoio de 1/3 do Congresso não consegue governar. Além disso, quase ninguém se sente representado pelos políticos. Mas com o fim desse ciclo, uma nova oportunidade se abre. A esquerda precisa se reconstruir e apresentar uma alternativa que defenda a radicalização da democracia e as reformas de base como a reforma política e agrária”, afirmou concluindo a sua fala com um chamado para a mobilização da classe trabalhadora no dia 29 de agosto, durante a votação do impeachment. “Vamos fechar as estradas e ruas e parar esse país”, concluiu.

No final da tarde teve ato Unificado com a Frente Povo Sem Medo, Centrais Sindicais e movimentos sociais que compõem a Frente Brasil Popular, na Praça da Independência, centro do Recife. A programação do dia foi encerrada com o lançamento do Comitê Nacional em Defesa dos Bancos Públicos, no Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Na ocasião houve uma palestra proferida pelo sociólogo, cientista político e filósofo, Emir Sader.

Na opinião de Emir Sader, o novo governo é por essência neoliberal e tentará diabolizar o estado, junto a população, com a ajuda dos grandes meios de comunicação, para tentar privatizar o máximo de empresas públicas brasileiras que conseguir. “A ideia é colocar a pecha de que toda empresa pública é corrupta, para destruir a sua reputação e poder entregar tudo ao mercado”, disse.

Emir acredita que esse governo irá trabalhar para agradar o empresariado brasileiro. “O Governo FHC só não privatizou tudo porque não teve tempo. Foi um governo desastroso e eles perderam quatro eleições consecutivos. Agora estão de volta e tentarão fazer o que não conseguiram antes. Entregar tudo ao mercado. É uma agenda que jamais seria eleita pela população. Por isso precisaram dar um golpe. Mas nas próximas eleições irão perder novamente. Por isso essa perseguição ao Lula e ao PT”, concluiu. 

A coordenadora geral do Sindsep-PE, Graça Oliveira, lembrou que as empresas públicas nacionais são um patrimônio de todos os brasileiros e que são necessárias para prestar serviços para a população que mais necessita. "Se as privatizarem, os empresários irão trabalhar apenas com a lógica de acumular lucro", afirmou. 

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