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09/10/2014 - SP: ATIVIDADES HOMENAGEIAM CENTENÁRIO DE CAROLINA MARIA DE JESUS

Negra e moradora da favela do Canindé, Carolina é autora de Quarto de Despejo, onde retratou o cotidiano da comunidade na década de 1950; Promovidas pela Edições Toró, em outubro, ciclo de atividades inclui oficinas, roda de sambas, debates, filmes e intervenções cênicas

 

Por Simone Freire,

Da Redação

"Todos têm um ideal. O meu é gostar de ler". Nestas palavras, Carolina Maria de Jesus (1914-1977) resume sua trajetória e propósito de vida. Semi-analfabeta, negra e moradora da favela do Canindé, Zona Norte de São Paulo (SP), Carolina tornou-se escritora reconhecida dentro e fora do Brasil com o livro "Quarto de Despejo - Diário de uma Favelada", publicado em 1960. Com uma literatura viva e pulsante, soube pautar as complexidades e contradições da sua realidade.

Em 2014, a escritora completaria cem anos de idade. Uma série de atividades e homenagens foi realizada pelo País e, em complemento a elas, neste mês de outubro, mais um ciclo busca celebrar a vida e obra da escritora. 

Promovidas pela Edições Toró, atividades como oficinas, roda de sambas, mesas-redondas, debates, filmes, intervenções cênicas e leituras têm sido realizadas em diversos pontos de São Paulo (SP).

Segundo o educador e escritor Allan da Rosa, um dos organizadores do ciclo, este tipo de atividade tem um propósito muito especial, uma vez que enormes referências da literatura “são ainda, no geral, mais comentadas do que lidas”. Ele lembrou que outra série de atividades deve acontecer em novembro para celebrar o centenário de Abdias do Nascimento (1914-2011), conhecido pela luta em defesa da igualdade racial.

O papel do mercado editorial também foi lembrado por ele. “No ano de seus centenários, o sistema editorial que domina o mercado ainda permanece muito distante e pouquíssimo interessado por seus trabalhos, estilos, histórias e questões, assim como ocorre com várias outras canetas negras, de ontem e de hoje”, comenta, lembrando que “recentemente, a atual gestão da Biblioteca Mário de Andrade vem buscando trançar e fertilizar caminhos com os movimentos literários das beiradas de São Paulo”.

 

Fonte: http://www.brasildefato.com.br/node/30088


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