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Gilmar e Temer articulam parlamentarismo para garantir o poder aos corruptos


Publicado: 18/07/2017

Por Joaquim de Carvalho

Do DCM

Um dia depois do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, postar no Twitter uma foto com um livro sobre parlamentarismo, a Folha publica reportagem sobre o tema e crava que a mudança de sistema de governo voltou ao debate.

Em tese, Gilmar Mendes está no Supremo para ser o guardião da Constituição – este é o papel do ministro da corte suprema em qualquer democracia –, mas no Brasil ele puxa o debate para mudar o texto constitucional. É mais uma jabuticaba.

Diz a Folha:

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, tratou do tema com o presidente Michel Temer há poucos dias e os dois ficaram de retomá-lo em breve.

“Tem de haver uma redução dessa multiplicidade de partidos para que o sistema se consolide. O nosso presidencialismo esgarçou-se demais”, observou Gilmar.

“Dos quatro presidentes pós-1988, só dois terminaram os mandatos. Há algo de patológico. Eu quero contribuir para a discussão.”

Conversa.

A direita brasileira sempre colocou o tema do parlamentarismo na mesa para evitar governos populares. Foi assim em 1961, quando Jânio renunciou. Foi assim também na Constituição de 1988.

A população foi consultada duas vezes, através de plebiscito, e rejeitou a ideias nas duas ocasiões.

Segundo a Folha, o senador José Serra (o Careca da Odebrecht) já convenceu o presidente do Senador, Eunício de Oliveira, a instalar a comissão que vai analisar uma proposta de emenda constitucional de Aloysio Nunes Ferreira, o grande defensor da democracia… na Venezuela. (por aqui, incineram-se 54 milhões de votos sem problema e se diz que as instituições funcionam plenamente).

A comissão será instalada em agosto.

O parlamentarismo reforça o poder do Congresso, de onde viria a sustentação do primeiro-ministro.

No Brasil, implantado o sistema, ganhariam políticos que têm o controle sobre o parlamento – conquistado você sabe como.

Michel Temer e Aécio Neves seriam candidatíssimos a primeiro-ministro.

Um acaba de derrubar na CCJ o relatório que determinava seu afastamento por denúncia de corrupção.

O outro conseguiu sepultar no Conselho de Ética do Senado a proposta de cassação de seu mandato, também por responder à denúncia de corrupção.

É este o Brasil e os brasileiros que Gilmar Mendes defende.

O parlamentarismo é só um pretexto para afastar o povo do poder e impedir o avanço dos direitos sociais.

Joaquim de Carvalho é jornalista desde 1982. Já ganhou os prêmios: Esso (em equipe, 1992); Vladimir Herzog (menção honrosa, 1996); Revista Imprensa/Caixa Econômica (Jornalismo Social, 1997); e Abril (um por reportagem na área de Educação, e outro, na área Política, ambos em 1998). Escreveu o livro Basta! Sensacionalismo e Farsa na Cobertura Jornalística do Assassinato de PC Farias (A Girafa, 2005), que foi finalista do Prêmio Jabuti 2005, na categoria Biografia e Reportagem.
 



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