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Mérito da Liga será quebrar monopólio da TV Globo


Publicado: 06/10/2015

Por Augusto Diniz

A Liga de futebol criada por times do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro só terá mérito se quebrar o monopólio da TV Globo nas transmissões do futebol brasileiro. O grupo pretende realizar torneio entre seus membros ano que vem, nos primeiros meses do ano. Segundo divulgado pela imprensa, a competição da Liga Sul-Minas-Rio desperta interesse da TV Record, Fox Sport, Esporte Interativo (Turner) e Globo.

A Liga vem no vácuo da crise de credibilidade da CBF, cujo presidente nem pode deixar o País por risco de ser preso – o FBI o investiga por conta de contratos ilegais à frente da entidade, assim como outros dirigentes, alguns já presos, como o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.

O torneio da Liga deve esvaziar os campeonatos estaduais que seus membros participam (cuja detentora dos direitos de transmissão é a Globo), já que será realizado no mesmo período. A Liga reúne os dois principais clubes do Rio Grande do Sul e Minas Gerais, a dupla Flamengo e Fluminense, e times de Santa Catarina – todos jogam a Série A.

Se atrair as principais equipes paulistas, a configuração do grupo ficará quase igual à representação de clubes do Campeonato Brasileiro – o Brasileirão 2015 (cujo direito de transmissão é firmado entre a CBF e a Globo) é uma competição que reúne times das regiões Sul-Sudeste (foco de integração da Liga), e mais Goiás (GO) e Sport (PE).

O objetivo da Liga é em primeiro lugar acabar com a participação de seus clubes nos famigerados campeonatos estaduais e romper com as federações que os organizam.

Em um segundo momento, sair debaixo da saia da CBF e seus contratos suspeitos (inclusive com a TV Globo), sabendo que a confederação tende a sofrer mais desgastes, menos por conta de investigações no Brasil (cujas autoridades sempre foram coniventes com a entidade), e mais pelo que vem de fora: a aliança entre a justiça dos EUA e da Suíça, sede da FIFA, em uma ação internacional para deter a corrupção no futebol; e a provável pressão de patrocinadores, marcas globais com enorme poder financeiro, que já pediram a cabeça do Joseph Blatter, presidente da entidade máxima do futebol mundial, e que logo devem cobrar a renúncia de Marco Polo Del Nero, presidente da CBF.

Em meio a esse quadro, o grande mérito da Liga Sul-Minas-Rio seria acabar com o monopólio da TV Globo, envolvida diretamente naquilo que contesta o grupo: os estaduais que ela transmite, a CBF e suas competições servis à grade comercial da emissora.

Se não o fizer, corre o risco de continuar fora do controle do futebol brasileiro, rompendo o princípio do qual a Liga foi criada.

Augusto Diniz é jornalista 



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