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20/03/2018
Por Carlos Drummond
Tema quase sempre ausente das discussões entre economistas, que costumam considerá-lo pertinente à ciência política e à política partidária, a participação dos trabalhadores no desenvolvimento é, entretanto, tida como central por expoentes da profissão como Joseph Stiglitz.
“Há uma estranha ‘indiferença estudada’ em relação ao possível papel do movimento trabalhista no desenvolvimento econômico”, alertou em palestra sobre Desenvolvimento Democrático como Fruto do Trabalho proferida em janeiro de 2000 na Associação de Pesquisa de Relações Industriais de Boston, um ano antes de ser laureado com o Prêmio Nobel de Economia.
O trabalho organizado, disse, desempenhou um papel bem conhecido nos países hoje desenvolvidos da América do Norte, da Europa e do Leste Asiático (como Japão, Coreia do Sul e Austrália) no sentido de estabilizar relações industriais, contribuir para preservar o capital organizacional e de conhecimento específico das empresas e mitigar as desigualdades de renda que podem ser agravadas pelo poder sem restrições dos empregadores.
Além disso, prosseguiu Stiglitz, o movimento trabalhista em muitos países desempenhou papéis sociais e políticos altamente construtivos, tendo criado e promovido o movimento de educação de adultos, o mutualismo na forma de associações de crédito, bancos e seguro mútuos, cooperativas de consumo, de mercado e de trabalhadores, sociedades de amigos e outras associações de auto-ajuda.
Organizou também movimentos democráticos para estender os direitos civis a todos os adultos, estabeleceu padrões de saúde e segurança, melhorou as condições de trabalho e por fim exigiu padrões para o trabalho infantil.
“Todos esses movimentos deram importantes contribuições ao desenvolvimento econômico e social de amplos contingentes populacionais no mundo agora desenvolvido”, sublinhou o economista. Stiglitz repisou dois temas abordados com frequência em seus artigos e suas palestras desde 1997: “O primeiro é que não só o consenso de Washington era muito estreito em seus objetivos - no seu foco no PIB -, mas também naquilo que considerava os instrumentos de desenvolvimento: a melhora da alocação de recursos através da liberalização do comércio, da privatização e da estabilização.
O segundo tema, e que está relacionado ao primeiro, é que o desenvolvimento precisava ser visto como uma transformação da sociedade, uma mudança nas mentalidades. Se for esse o caso, os trabalhadores devem estar no centro da transformação do desenvolvimento e as organizações de trabalhadores podem ser uma instituição chave no processo.”
A palestra acima relatada foi subdidivida em três partes:
1) revisão rigorosa dos argumentos econômicos padrão contrários à participação dos trabalhadores no desenvolvimento
2) análise da possibilidade de ação do governo na economia de modo geral
3) intervenção governamental nos países em desenvolvimento.
A íntegra, em inglês, está disponível AQUI
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