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Três anos de Lava Jato: um balanço sobre uma das maiores imposturas da história nacional


Publicado: 17/03/2017

Por Paulo Nogueira

Do DCM

Três anos de Lava Jato. A maneira mais objetiva de avaliá-la é a seguinte: ver como estava o país quando ela se iniciou e ver o país como está hoje. Por este método, o que fica evidente é que a Lava Jato foi um completo fracasso.

O Brasil piorou muito desde o advento dela. A culpa não foi apenas de Moro e comandados, mas que eles tiveram um papel crucial na deterioração das coisas é inegável.

Se ao menos a Lava Jato houvesse erradicado a corrupção, seria menos mal.

Mas não.

O que existe de mais putrefato ética e moralmente na política nacional está hoje no poder. Só isso seria suficiente para atestar o monumental fiasco da Lava Jato.

Há muitas outras coisas. A Lava Jato desmoralizou inteiramente a Justiça ao se fixar obsessivamente no PT. Seus vazamentos seletivos entrarão na história como um dos capítulos mais sórdidos da política brasileira.

Alguns dos símbolos dela são particularmente reveladores. O Japonês da Federal, por exemplo. Ele se tornou ídolo da direita xucra, graças à exposição que a mídia lhe deu em sucessivas etapas da operação.

Ele virou até máscara de Carnaval em 2016. O que os jornais e as revistas esconderam é que o Japonês da Federal tinha um notável histórico de corrupção. Hoje ele anda com uma tornozeleira policial.

Ele era uma fraude, bem como a Lava Jato.

O objetivo de Moro jamais foi combater a ladroeira. Foi abater o PT, tirá-lo do poder e produzir sob o comando da Globo a narrativa de que os petistas inventaram a corrupção no país.

Nisso a Lava Jato teve sucesso, pelo menos nos primeiros tempos, aqueles em que a mídia armava um circo a cada operação.

A mentira se desfez quando as delações surgiram em sua inteireza. Para os que acreditaram nos bons propósitos da Lava Jato, sobretudo os analfabetos políticos, deve ter sido um choque começar a encontrar nomes como Aécio, Serra e Alckmin entre os implicados em roubalheiras.

Não faz tanto tempo assim, Sérgio Moro se deixava fotografar ao lado de Aécio numa festa, os rostinhos colados.

A imprensa brasileira jamais o questionou sobre isso, descontados sites independentes como o DCM. Foi no exterior que Moro foi instado a dar satisfações sobre a foto indecente.

O grande economista Joseph Schumpeter inventou um conceito que hoje é um clássico: destruição criadora. É quando você acaba com alguma coisa para erguer outra melhor.

No caso da Lava Jato, numa distorção miserável do conceito schumpeteriano, o que tivemos foi uma destruição destruidora.

A posteridade haverá de lembrá-la como um dos piores capítulos da dura saga nacional.



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