14º Congresso Estadual da CUT Pernambuco entra para a história
O primeiro congresso cutista a eleger uma direção paritária
Publicado: 12/06/2015
O primeiro congresso cutista a eleger uma direção paritária. O 14º Congresso Estadual da CUT Pernambuco, o Cecut, vai entrar para a história por ter na diretoria o mesmo número de homens e mulheres. O anúncio foi feito quarta-feira (10/06) à noite na abertura do evento, que seguirá até amanhã (13/06), no Centro de Formação e Lazer (CFL) do Sindsprev, no bairro da Guabiraba.
A mesa de abertura do 14º Cecut também buscou essa paridade de gênero e a pluralidade de setores e forças políticas, com a presença de movimentos sociais, estudantis e de luta pela terra, além de entidades sindicais do campo e da cidade. O diretor do Sintepe e da CUT, Paulo Rocha, que coordenou os trabalhos, começou lembrando a história de luta da central sindical: “Nascemos e sobrevivemos ao regime militar e temos combatido esse momento conversador que está atravessando o país”.
O atual presidente estadual da CUT, Carlos Veras, que deve ser reconduzido ao cargo no final do evento, agradeceu a presença de todos. Ele lembrou a importância da mobilização da classe trabalhadora porque o país vive um momento conservador, por isso é preciso mobilização e vigilância constante. “Em apenas três meses a Câmara aprovou três projetos ruins para a classe trabalhadora, as Medidas Provisórias 664 e 665 (ajuste fiscal) e o projeto de lei 4330 (da terceirização)”, lembra o dirigente sindical.
Veras ressaltou a importância da parceria constante com os movimentos sociais e fez críticas ao governo estadual, que tem travado as negociações com seus servidores, inclusive com os professores, que realizaram uma grande greve recentemente.
O presidente nacional da CUT, Wagner Freitas, encerrou os trabalhos da noite. Lembrando que Carlos Veras é um dos presidentes cutistas mais jovens. Em seu discurso Freitas lembrou a importância de trazer a juventude à CUT e ao movimento sindical. Fazendo uma análise da conjuntura atual, ele fez severas críticas à política econômica adotada pelo ministro Levy.
O secretário de Organização e Política Sindical da CUT Brasil, Jacy Afonso, que também participou da mesa de abertura do 14º Cecut, conta que a entidade está preparando uma proposta de política econômica para o país. “Estamos contando com a contribuição de economistas renomados do campo da esquerda. Queremos uma política econômica voltada à geração do emprego e renda e não a serviço do capital”, diz o sindicalista.
2º DIA
Ontem, o 14º Cecut começou com a leitura e votação do regimento do congresso e análise de conjuntura internacional. Para os palestrantes, a América Latina está passando por um momento difícil, uma onda conservadora contrária aos vários avanços garantidos por governos de esquerda. O Brasil, particularmente, sofre ainda por compor os Briscs, um grupo político de cooperação entre países emergentes, que conta também com a participação da China, Rússia, Índia e África do Sul.
Na parte da tarde teve palestra sobre Democracia e Mídia. A mesa foi coordenada pelo secretário de Comunicação da CUT-PE, Antônio Bernardino, com a participação de Rosa Sampaio do Fórum Pernambucano de Comunicação. Ela falou sobre a democratização da comunicação, fez um apanhado histórico da luta por esse direito e da necessidade de os sindicatos se engajarem nessa campanha e fazerem a contra hegemonia à mídia burguesa e tendenciosa.
O segundo dia de congresso terminou com uma grande homenagem ao companheiro Manoel Santos, o Mané de Serra, deputado estado do PT por Pernambuco que faleceu no mês de abril. Por sua história de luta no movimento sindical, o 14º Cecut leva o seu nome.