Analise de conjuntura, caminhos à reação e reforma estatutária marcam ConSindsepPE

AscomSindsepPE

Discussões oportunas em um momento em que o Sindsep-PE e todo o movimento sindical precisam repensar seu papel na sociedade e seu relacionamento com a classe trabalhadora. Foi assim o XII Congresso Estadual do Sindsep-PE, realizado entre os dias 15 a 17 de novembro, no Orange Praia Hotel, na Ilha de Itamaracá. A plenária também promoveu ajustes no estatuto do sindicato.

O evento contou com presença de representantes de entidades importantes como as CUTs nacional e estadual, a Condsef/Fenadsef, o Dieese e a Internacional do Serviço Público (ISP), além de palestrantes de peso como o economista e presidente da Fundação Perseu Abramo, Marcio Pochmann; o jornalista e diretor do Diap, Antônio Queiroz; e o analista técnico do Dieese, Max Leno.

Foram palestras e debates que versaram sobre o avanço do conservadorismo no país, inclusive no Congresso; implementação de políticas de austeridade com retirada de direitos da classe trabalhadora e fim de políticas públicas importantes para a população, principalmente para a parcela mais carente, que precisa mais dos serviços públicos. 

“Há tempos não via uma plenária tão atenta e participativa. É importante isso. Mostra que os nossos servidores estão antenados com a realidade e mobilizados”, frisou o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.

“O nosso desafio agora é permanecermos unidos para enfrentar os ataques que virão com o governo Bolsonaro”, complementou o secretário geral do Sindsep-PE, Felipe Pereira. 

Reação

Mas o Congresso foi além do debate em torno da atual conjuntura política brasileira. Ele apontou caminhos a serem perseguidos pelo movimento sindical para combater os ataques que serão feitos pelo governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), a partir do próximo mês de janeiro. Bolsonaro já declarou que irá perseguir os movimentos sociais, os sindicatos e os servidores públicos. Pretende extinguir ministérios, demitir e colocar funcionários a disposição, impedir que os servidores se envolvam nas lutas sindicais e reduzir direitos. 

Para o Secretário Geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo, o secretário-adjunto de Relações do Trabalho da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Pedro Armengol, o secretário de relações exteriores da Condsef e integrante da Internacional do Serviço Público (ISP), Edvaldo Pitanga, o Secretário-adjunto de Administração e Finanças da CUT, Aparecido Donizeti, deve haver um movimento, em todo o Brasil, de fusão de algumas centrais sindicais e sindicatos no sentindo de fortalecer a luta da classe trabalhadora. Em outros países do mundo, o número de sindicatos é infinitamente inferior ao caso do Brasil. Enquanto no Reino Unido há 168 sindicatos e a Argentina 91, o Brasil tem cerca de 18 mil sindicatos.

O retorno a base, a busca por novos associados e o investimento em uma comunicação moderna também foram apontados como prioridade. 

“Precisamos mudar nossas estratégias ou iremos desaparecer em poucos anos”, destacou Pedro Armengol. 

Em sua palestra, o diretor do Diap, Antônio Queiroz, apontou prioridades para os sindicatos como campanhas de filiação, reforço dos laços com os já filiados, planejamento estratégico nas dimensões político, administrativa, jurídico e político, investimento em formação política, alianças com outras forças dos movimentos sociais e busca de fontes sustentáveis de custeio. “É uma nova forma de estruturação dos sindicatos, imprescindível para os dias atuais”, afirmou.   

Os vídeos da transmissão ao vivo da mesa de abertura e das palestras estão disponíveis na página do sindicato no Facebook. Acesse através do www.facebook.com/Sindsep-PE.