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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 08/09/2021
Paralelamente à implantação de uma política de desmonte do Estado brasileiro, Bolsonaro passou todo o seu governo ameaçando a democracia nacional. Para se contrapor às decisões dos poderes Legislativo e Judiciário contrárias às suas medidas autoritárias e tresloucadas de ataque aos interesses do país, o presidente passou a apoiar atos que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Mas Bolsonaro nunca tinha esticado tanto a corda quanto o fez nesse dia 7 de setembro.
Depois de convocar apoiadores para o ato do 7 de setembro, o presidente fez um pronunciamento se colocando fora da lei, desafiando a Justiça e cometendo mais crimes de responsabilidade. Bolsonaro está acuado pelas denúncias contra ele, aliados e sua família na CPI da Covid e nos inquéritos das Fakenews e das rachadinhas. Acuado, com receio de sofrer impeachment e de ser preso junto com os filhos. Por isso, radicalizou.
Depois de atacar o ministro Alexandre de Moraes, responsável pelas investigações das Fakenews, o presidente ameaçou em seu discurso em Brasília: “Ou o chefe deste poder (STF) enquadra o seu, ou este poderá sofrer as consequências que não queremos.” Ou seja, ou o STF engaveta o inquérito, enquadrando Alexandre de Moraes, ou sofrerá intervenção. Em seguida, durante manifestação na Avenida Paulista, ele afirmou que não acatará as decisões de Moraes e que ninguém o prenderá.
Bolsonaro sabe o que fez nas eleições passadas, sabe as ações que foram cometidas por seu governo durante esta pandemia da Covid 19 e sabe que sempre esteve, junto com seus filhos, emaranhado em uma teia de corrupção envolvendo rachadinhas e milícias cariocas. Mas não esperava que tudo viesse à tona. Que o Congresso e o STF investigassem o presidente da República e seus filhos.
Mas eles estão sendo investigados, os atos de corrupção estão sendo descobertos e Bolsonaro se encontra mais desesperado do que nunca. Uma solução para ele, depois deste dia 7 de setembro, seria um golpe militar que fechasse o Congresso e o STF como querem seus apoiadores. Mas o presidente não tem força para isso. Apesar de ainda contar com o apoio de parte da elite, notadamente do Agronegócio, bancos e Fiesp, vem perdendo esse apoio aos poucos. Já não tem o apoio das Forças Armadas, a não ser dos integrantes do seu governo. Também perde apoio dos eleitores.
Os integrantes do Supremo e do poder Judiciário, como um todo, estão indignados com as ameaças. O presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem a responsabilidade de decidir sobre a abertura do impeachment, disse que ficou preocupado com o discurso de Bolsonaro. Os integrantes do PSDB e do Centrão já estão fazendo seus cálculos para saber se abandonarão o barco.
Parcela da elite nacional ainda apoia o governo por causa da manutenção da pauta neoliberal de privatizações e retirada de direitos trabalhistas. “Mas Bolsonaro está mais perto de sofrer o impeachment do que nunca. Claro que isso só acontecerá com pressão popular. Não podemos mais abandonar as ruas”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.
Durante o 1° Encontro Fraternal de Líderes Evangélicos de Goiás, realizado na última semana de agosto, Bolsonaro afirmou que teria três alternativas: estar preso, morto ou a vitória. “Pelos últimos acontecimentos, ele está mais perto de ser preso do que nunca”, complementou José Carlos.