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Apesar do avanço do fascismo, esquerda deve ganhar as eleições segundo Afonso Chaves


O cientista político iniciou sua palestra destacando que o Brasil pode aderir a uma cultura da barbárie muito aproximada da experiência do fascismo, que pretende lograr sucesso por via eleitoral e promover uma agenda opressora contra os trabalhadores, pobres e minorias

Publicado: 02/10/2018
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

O Núcleo de Estudos Jurídicos (NEP) realizou uma palestra, na semana passada, com o cientista político e professor da Unicap, Afonso Chaves, sobre a conjuntura política 2018. No encontro, realizado no auditório do Sindsep, Afonso Chaves fez uma explanação do que seria a próxima eleição à Presidência da República, destacando a polarização existente entre a civilização e a barbárie.

O cientista político iniciou sua palestra destacando que o Brasil pode aderir a uma cultura da barbárie muito aproximada da experiência do fascismo, que pretende lograr sucesso por via eleitoral e promover uma agenda opressora contra os trabalhadores, pobres e minorias.

“Na história do Brasil, sempre foi comum uma elite impor suas regras e usufruir de benesses, enquanto o povo passava necessidades. Mas isso vinha mudando nos últimos anos, quando se tentou combater privilégios e universalizar direitos. E isso provocou a ira de muitos privilegiados”, disse.

Afonso observou que o discurso conservador conquista adeptos por estar assentado em base religiosa e na configuração, tida como natural, do mundo. Grande parte dos religiosos afirma que a vontade de Deus é de que o andamento da vida ocorra em determinada direção, que pressupõe hierarquização social e regras tradicionais. Quem não seguir aquele caminho é o diferente e estranho.

“E esse imaginário pode ser operacionalizado pela violência. Ou seja, se o meu pensamento e agenda são os melhores, me dou ao direito de criminalizar quem atrapalha a sua implementação. Por isso, devo silenciar a oposição.”  

Afonso Chaves falou da necessidade dos brasileiros que possuem um pensamento mais progressista, pacifista e que pregam o bem coletivo se unirem para frear esse movimento. E para ele, essa eleição é uma grande oportunidade para isso.

Apesar do avanço do fascismo, Afonso Chaves acredita que a esquerda tem grandes chances de ganhar a eleição e fazer um bom governo. Segundo ele, o processo eleitoral está mostrando o fracasso do golpe, uma vez que o povo compreendeu que o Partido dos Trabalhadores foi retirado do governo para que eles pudessem implementar uma agenda de massacre da classe trabalhadora. Ele acredita na vitória de Fernando Haddad no segundo turno, porque a eleição de Bolsonaro traria ainda mais atraso econômico e social, e acha que o golpe irá refrear.

“Isso porque ninguém aguenta viver um golpe eterno. Permanente. Todos saem perdendo. Os empresários perdem. Os políticos que serão eleitos também. O Judiciário e os meios de comunicação também não têm muito a ganhar. Mas Haddad terá que dialogar com todos esses setores para construir a governabilidade”, destacou.  

No entanto, o professor fez um alerta. Ele lembrou que o Brasil está enfrentando um cenário muito impreciso. Por estamos em meio a um golpe, as regras democráticas podem ser violadas.

“Algo pode estar sendo produzido para atrapalhar a eleição. Nas últimas eleições, a direita produziu fatos graves para tentar culpar a esquerda e vencer. Será estranho se nada acontecer. Eles irão se valer de todos os expedientes no segundo turno. Por isso, todos devem permanecer em estado de alerta para não sermos enganados”, concluiu.   

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