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Apoie a PEC 101/2019 que garante plano de saúde aos intoxicados da antiga Sucam


É que até o início dos anos 90 esses servidores, os “Sucanzeiros”, como se intitulam, manuseavam com inseticidas como DDT e BHC, que acarretam sérios problemas de saúde e são proibidos no Brasil e naquela época já eram em vários países

Publicado: 04/08/2020
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


José Paulo Miranda, 55 anos. Desses, 35 dedicados ao combate às endemias. Primeiro pela antiga Sucam, hoje pela Funasa/Ministério da Saúde, cedido ao Estado de Pernambuco. Ele, como outros colegas do serviço público, tiveram ao longo do tempo uma perda salarial significativa, não podem mais pagar o plano de saúde privado e lutam para que o governo brasileiro arque com esse custo. É que até o início dos anos 90 esses servidores, os “Sucanzeiros”, como se intitulam, manuseavam com inseticidas como DDT e BHC, que acarretam sérios problemas de saúde e são proibidos no Brasil e naquela época já eram em vários países.

Para corrigir esse erro e obrigar o governo brasileiro a garantir o plano de saúde dos intoxicados, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Emenda Constitucional (PEC) 101/2019, de autoria do deputado Mauro Nazif (PSB/RO). A matéria foi apresenta ao Congresso em junho passado e até agora não foi sequer designado o relator. Para agilizar a tramitação do projeto, existe uma petição online (https://www.peticao.online/pec_101_plano_de_saude_aos_sucanzeiros). O Sindsep-PE convoca todos esses servidores, seus familiares, amigos e colegas do serviço público a assinarem o documento para pressionar os parlamentares.

José Paulo Miranda conta que na época que manuseavam com esses inseticidas recebiam do governo como equipamento de proteção individual (EPI) apenas uma farda (pano caqui), um chapéu de alumínio, um sapato e uma máscara tipo “focinheira de porco”, hoje comprovadamente ineficazes. “A ideia era matar os insetos, mas infelizmente prejudicava a nossa saúde”, dispara o servidor.

Ao longo desses anos José Paulo, que foi diretor territorial de base no Sertão e hoje é do Conselho Fiscal do Sindsep-PE, já viu muito colega de trabalho morrer de câncer, principalmente na cabeça, sem falar de leucemia. Além de EPI inadequado eles também não eram submetidos a exames periódicos regulares. O governo insiste que não há ligação das doenças que acometem os Sucanzeiros com esses inseticidas já banidos do Brasil por conta dos ricos à saúde.

Para provar o nexo causal só um exame nas vísceras dos cadáveres, que muitos familiares não fazem porque é caro e não tem a certeza de uma vitória na Justiça. “Eu vivo com medo de adoecer. Pagar o nosso plano de saúde é o mínimo que o governo pode fazer pela gente. São anos de luta, mas eu tenho fé que a gente vai conseguir”, diz otimista.

Essa não é a primeira vez que uma matéria dessa natureza, de cunho indenizatório aos Sucanzeiros, tramita no Congresso. A cada legislatura, há uma esperança para corrigir esse erro.

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