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Ato público para despertar a luta em meio à desinformação da sociedade


A mobilização foi nacional. Em Recife, o ato público reuniu mais de 30 entidades sindicais

Publicado: 22/11/2018
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

Distante do ato público, José de Oliveira, motoqueiro, assistia à atividade realizada pela CUT-PE e demais centrais sindicais, na manhã dessa quinta-feira, 22 de novembro, em frente à Superintendência Regional do Trabalho (SRT), no Espinheiro. Questionado sobre o que ele achava de uma possível extinção do Ministério do Trabalho no governo Bolsonaro, ele faz uma cara de surpresa. Não sabia desse fato.  

“Não concordo que isso aconteça. Estão tirando nossos direitos. A imprensa abafa isso, né? Principalmente o 13 (Rede Globo Nordeste, em Recife). Só mostram o tiroteio no Rio (capital carioca)”, desabafou José, que sonha com a carteira assinada para ter 13º e tirar férias. Por outro lado, o motoqueiro se mostrou bastante orgulhoso: “Eu pelo menos pago meu INSS. Tem mês que atraso, que não dá, mas quando posso eu ponho em dia”. 

Sobre uma possível reforma da Previdência com mais retiradas de direito, tal qual está sendo proposto pela equipe econômica do próximo governo, José se revolta: “Essa reforma não vai beneficiar a gente”. Durante a conversa, o motoqueiro confessa. “No primeiro turno (eleições presidenciais deste ano) eu votei nulo. Mas no segundo (turno) voltei em Bolsonaro. Era tanta coisa de corrupção na televisão, quis fazer diferente, dar uma resposta. Só em janeiro é que vou saber se fiz certo, mas tudo caminha para eu me arrepender”, disse com um sorriso acanhado no rosto.

Sérgio Ribeiro, eletrotécnico, não assistiu ao ato, tinha vindo à SRT tirar sua segunda Carteira de Trabalho. O que ele não sabia é que esse documento pode estar com os dias contados. “Carteira verde e amarela, como assim, vi não”, disse ele sobre uma das propostas do novo governo, de criar uma carteira paralela à tradicional azul, na qual os trabalhadores abririam mão dos direitos previstos na Convenção das Leis do Trabalho (CLT).

“Vão dar uma segunda opção a gente? Porque extinguir o Ministério do Trabalho parece que vai piorar a nossa situação. É revoltante”, disse Sérgio. Ele também não sabia de uma possível extinção do Ministério do Trabalho e de algumas propostas do governo Bolsonaro. Nas eleições presidências, ele votou em candidatos do campo da esquerda. “Meu voto ele (Bolsonaro) não teve”, fez questão de frisar. Mas Sérgio, assim como muitos brasileiros, estão desmobilizados, desinformados e sofrerão com os rumos que o país pode dar com um governo conservador de extrema direita.

ATO PÚBLICO

Foi para mudar essa situação, conscientizar e mobilizar a sociedade, que a CUT e demais centrais sindicais realizaram em todo o Brasil, nessa quinta, 22, atos públicos em defesa do Ministério do Trabalho e da Previdência e Seguridade Social. o ato público ocorrido em Recife, em frente à SRT, reuniu mais de 30 entidades sindicais. A primeira grande manifestação do movimento sindical após o segundo turno das eleições presidenciais ocorrida no último dia 2.

Vários sindicatos tiveram voz e puderam expor sua opinião. Com direito a fala, o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira, lembrou o ditado popular, que diz: “Não há nada tão ruim que não possa piorar”.  Fazendo uma analogia com a situação atual do país, ele falou da importância da mobilização. “Para que as coisas não piorem precisamos dessa grande mobilização. Hoje tem calor dos trópicos e também calor humano aqui e essa é a fórmula de barrar essas investidas do próximo governo”, reforçou.

Sobre uma possível extinção do Ministério do Trabalho, bem como de todo um esfacelamento dos órgãos públicos, disparou: “O serviço público é um patrimônio, principalmente dos que não tem patrimônio. O Estado tem que ser forte e firme para que a barbárie não se estabeleça sobre os pobres”, disse José Carlos. 

O ato dessa quinta foi só o começo. Vem mais por aí. A CUT e demais centrais sindicais estão mo-bilizadas e estudando estratégias de luta. A ideia é lutar de toda forma e até o fim contra a retirada de direitos da classe trabalhadora e por um serviço público digno, gratuito e de qualidade.

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