SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

(81) 3131.6350 - [email protected]

Home | Notícias

Ato unitário resgata história de luta da classe trabalhadora durante regime militar


“O golpe de 1964 teve como alvo fundamental a classe trabalhadora. Foi um golpe de classe. Foi um golpe da classe A contra as classes C e D, pegando de raspão a classe B. Houve uma outra ditadura nas fábricas, nas indústrias, um despotismo febril que excede a ditadura. O Estado tem uma dívida moral e material com os trabalha-dores. Isso tem que ser levado à Justiça, para que não se repita”. Foi com esse discurso que Rosa Cardoso, do GT dos Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade, abriu o Ato Unitário sobre os Crimes da Ditadura contra a Classe Trabalhadora (foto), realizado no dia 22 de agosto, no Sindicato dos Bancários

Publicado: 25/08/2014

“O golpe de 1964 teve como alvo fundamental a classe trabalhadora. Foi um golpe de classe. Foi um golpe da classe A contra as classes C e D, pegando de raspão a classe B. Houve uma outra ditadura nas fábricas, nas indústrias, um despotismo febril que excede a ditadura. O Estado tem uma dívida moral e material com os trabalha-dores. Isso tem que ser levado à Justiça, para que não se repita”. Foi com esse discurso que Rosa Cardoso, do GT dos Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade, abriu o Ato Unitário sobre os Crimes da Ditadura contra a Classe Trabalhadora (foto), realizado no dia 22 de agosto, no Sindicato dos Bancários.

O ato é uma iniciativa da Comissão Nacional da Verdade, em parceria com a Comissão Estadual Memória e Verdade Dom Helder Câmara e com as centrais sindicais. A atividade já vem acontecendo em vários estados brasileiros, no sentido de resgatar e recontar a história de resistência da classe trabalhadora ao golpe de 64. O presidente da Co-missão Estadual Memória e Verdade Dom Helder Câmara, Fernando Coe-lho, ressaltou a necessidade de o Brasil trilhar novos caminhos em busca de uma sociedade mais democrática, sugerindo uma revisão na Lei de Anistia.

A programação da atividade nos Bancários contou com uma ex-posição de fotos, reportagens e documentos sobre relatos envolvendo trabalhadores e o movimento sindical na ditadura, uma espécie de linha do tempo. Houve também exibição de vídeos e colhimento de depoimentos de pessoas que vivenciaram o período e atuaram na luta da classe trabalhadora.

Foi o caso de Délio Mendes, servidor aposentado da Sudene e da UFRPE, que, em seu depoimento, relembrou os momentos de terror instalados na sede da superintendência nos anos de chumbo. “A Sudene era a casa das perseguições. Habitavam perseguidos e perseguidores. Foram perseguições, mortes, prisões. Existia uma comissão de inquérito dentro da Sudene, com ameaças constantes”, relatou Délio, associado e um dos colaboradores mais frequentes do Sindsep-PE.

]AUDIOVISUAL
Além dos depoimentos, outros momentos emocionantes do Ato Unitário foram os vídeos exibidos. Logo no início, um documentário sobre os 30 anos da anistia trouxe à tona a violência do Estado autoritário, mostrando prisões, a resistência nas ruas, reportagens e documentos, um apanhado desde o golpe até a abertura política, consolidada com a anistia ampla, geral e irrestrita. Noutra vertente, um vídeo sobre a história política do Padre Henrique Cossart relembra a retomada do Sindicato dos Metalúrgicos, ainda no regime militar, tendo como personagem o Zé Ferrugem.

Outro que sensibilizou a platéia foi o filme Lua Nova do Penar, de Leila Jinkings e Sidnei Pires. O documentário sobre Hiran Pereira, jornalista, ator e poeta, morto pela ditadura e desaparecido até hoje. O filme está disponível no endereço http://curtadoc.tv/curta/biografia/lua-nova-do-penar/.

« Voltar


Receba Nosso Informativo

X