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Atos pró-Bolsonaro: pauta vazia e desconexa, ao contrário do Grito


A ignorância dos atos pró-Bolsonaro podem ser explicadas, em parte, pelo vetor “fake news”, também pode ser justificadas porque muitos que ali estavam, receberam para tal. De uma forma ou de outra, é um perigo esse movimento antidemocrático e a sociedade deve estar alerta

Publicado: 08/09/2021
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


Da concentração do Grito dos Excluídos e Excluídas, na praça do Derby, era possível ver os manifestantes do ato pró-Bolsonaro passando rumo à avenida Boa Viagem, bairro que, embora seja cercado de ocupações irregulares, é um dos metros quadrados mais caros do Recife. Acuados, ostentando bandeiras do Brasil, não tinham argumentos, não convenciam, não motivavam. Falavam para eles e entre eles. Eram muitos, verdade, mas uma multidão motivada por fake news, por ódio e, principalmente, pela extrema ignorância.

“Brasil livre do comunismo”, “Intervenção federal com Bolsonaro”, “Ditadura Militar”, “Impeachment aos ministros do Supremo”, “Voto impresso”, e pasmem “Supremo é o povo”. Os atos pró-Bolsonaro têm uma pauta totalmente contraditória e desconexa. Primeiramente o Brasil nunca foi comunista e nem a esquerda coloca essa discussão no debate político. Os governos FHC foram neoliberais e tanto Lula quanto a Dilma foram mais social-democratas, anticonservadores, sem mexerem na estrutura política do país.

Intervenção federal não dialoga com ditadura militar, muitos menos com voto impresso e se supremo é o povo, se faz necessária à existência do Supremo Tribunal Federal (STF) para guardar a Constituição, que é a carta maior da supremacia do povo brasileiro. Ou seja, os manifestantes dos atos pró-Bolsonaro não tem consciência política do que estão defendendo, não tem uma linha ideológica, como os manifestantes contra Bolsonaro, que estavam nas ruas no dia de ontem em defesa da democracia (Foto).

A ignorância dos atos pró-Bolsonaro podem ser explicadas, em parte, pelo vetor “fake news”, também pode ser justificadas porque muitos que ali estavam, receberam para tal. De uma forma ou de outra, é um perigo esse movimento antidemocrático e a sociedade deve estar alerta. 

Para o sociólogo e professor universitário, Nadilson Silva, não é estranho ter tanta gente na rua nos atos pró-Bolsonaro. “Essa vertente antidemocrática sempre existiu na sociedade. Nesse tempo de República, boa parte dele foi sob a ditadura militar. Então existe um segmento social que dá apoio a essas ações antidemocráticas. O risco é que essa minoria consiga através das redes sociais, das novas mídias, disseminar essa ideia, apoiada na desmobilização política. De uma forma geral a população comum está preocupada com a sobrevivência. Então a gente tem uma maioria silenciada. Felizmente existe uma frente dessa maioria que está organizada, que confrontam essas medidas autoritárias”, explica.

Por isso, para o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira, não há outro caminho, senão a mobilização. “A população precisa se mobilizar, participar dos atos democráticos, porque só com mobilização vamos derrotar essas forças antidemocráticas e todo esse retrocesso do país”, alerta o sindicalista.
 

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