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Bancários reivindicam aumento real, jornada de 4 dias e igualdade salarial


26ª Conferência Nacional aprovou pauta que a categoria vai apresentar aos bancos. “Faremos uma campanha que dialoga com os anseios da categoria”, afirma Juvandia Moreira (Contraf-CUT)

Publicado: 11/06/2024
Escrito por: Rede Brasil Atual

REDE BRASIL ATUAL

Divulgação/Contraf-CUT

São Paulo – Bancários de todo o país aprovaram neste domingo (10) a pauta de reivindicações da categoria. Entre as prioridades, estão aumento real de 5%, PLR maior, ampliação de direitos e defesa dos empregos. Além disso, a categoria também defende a igualdade salarial entre homens e mulheres, jornada semanal de quatro dias e o fim das metas abusivas. Assim, nos próximos dias, os bancários vão encaminhar a pauta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para dar início às mesas de negociação da Campanha Nacional Unificada 2024.

O documento é resultado da 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, que reuniu 632 delegados de norte a sul do país, representando bancos públicos e privados. O evento ocorreu durante o final de semana, em São Paulo.

“Nossa campanha começou em abril, com a consulta à categoria, e em seguida as conferências estaduais e hoje finalizamos a Conferência Nacional. O resultado da consulta reflete a real necessidade da categoria. Nas cláusulas econômicas, as principais reivindicações foram por aumento real, PLR maior, e reajustes no vale-alimentação e refeição”, afirmou Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

“Entre as cláusulas sociais, a consulta apontou a manutenção dos direitos, emprego, combate ao assédio moral e jornada de quatro dias. E destaca como a atual política dos bancos compromete a saúde dos empregados: um terço dos bancários responderam que usam medicamentos controlados”, acrescentou.

Lucro recorde no setor

O Comando Nacional dos Bancários fala em nome de cerca de 450 mil trabalhadores de todo o país. Nesse sentido, Neiva destaca que os bancos são o setor mais lucrativo da economia. Portanto, têm condições de atender às reivindicações da categoria. Ela citou relatório do Banco Central (BC) que mostra que o setor bateu recorde de lucros no ano passado. “Em um contexto de baixa inflação em que quase 90% das negociações salariais estão tendo ganho real, os bancários têm de ter isso como prioridade, tanto nos salários quanto na PLR”.

“Faremos uma campanha que dialoga com os anseios da categoria e que nos levará, mais uma vez, à manutenção dos direitos garantidos em nossa CCT (Convenção Coletiva de Trabalho), a novas conquistas e ao aumento real, além de avanços nas pautas que são de toda a sociedade, como a redução da desigualdade social e econômica”, disse Juvandia Moreira, presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Assim como Neiva, ela também é coordenadora do Comando Nacional.

Consulta à categoria

Mais de 47 mil bancários responderam à consulta nacional sobre as prioridades da Campanha. Quando perguntados sobre as prioridades em relação às cláusulas econômicas, na qual os bancários poderiam marcar três opções, a mais citada foi o aumento real nos salários (93%), aumento da PLR (63%), seguido por reajuste diferenciado do VR e VA (51%).

Em relação às cláusulas sociais, a resposta mais frequente foi a manutenção dos direitos (70%); seguida do tema emprego (49%); combate ao assédio moral (45%) e jornada de 4 dias (42%).

Outro dado que chama muita atenção é o uso de medicamentos controlados, como ansiolíticos, antidepressivos e estimulantes, pela categoria bancária. Mais de um terço dos bancários (39%) respondeu à consulta que utiliza esses medicamentos.

Além disso, a cobrança excessiva pelo cumprimento de metas também traz consequências negativas para os trabalhadores. Nesse sentido, 67% dos participantes apresentam preocupação constante com o trabalho; 60% com cansaço e fadiga constante; e 47% têm crises de ansiedade e pânico.

“A redução de emprego na categoria somada ao modelo nefasto de cobrança de metas e assédio moral e a alta tecnologia gerou um ambiente propício ao adoecimento da categoria, principalmente em doenças mentais e comportamentais”, disse Neiva Ribeiro.

Emprego

Ao mesmo tempo, a defesa do emprego é uma das prioridades da Campanha 2024. “Temos a oportunidade de avançar no tema do emprego, onde a categoria bancária está reduzindo a passos largos. Nos últimos 10 anos, foram extintos cerca de 78 mil empregos bancários e mais de 6 mil agências tradicionais. Este cenário amplia a intensidade de trabalho do bancário. Assim, é fundamental o aprofundamento da discussão sobre a importância da jornada de quatro dias de trabalho que tem potencial para geração de emprego e tende a melhorar a qualidade de vida e inúmeras questões de saúde que afligem os bancários”, ressalta Neiva Ribeiro.

Por fim, os bancários reivindicam ainda a redução das taxas de juros para estímulo do desenvolvimento econômico e social, com um Banco Central que atue para o interesse de um Estado brasileiro, não para especulação e para o financiamento de um grupo de bilionários do Brasil.

Confira os nove eixos da pauta de reivindicações dos bancários:

  • I. Aumento real de 5% (inflação + 5%), PLR maior e ampliação de direitos;
  • II. Fim do assédio e dos instrumentos adoecedores na cobrança de metas;
  • III. Representação de todos os Trabalhadores do Ramo Financeiro;
  • IV. Defesa dos empregos, impactos dos avanços tecnológicos no trabalho bancário;
  • V. Redução da taxa de juros para induzir o crescimento econômico e geração de emprego e renda;
  • VI. Reforma tributária: tributar os super ricos e ampliar a isenção do IR na PLR;
  • VII. Fortalecimento das entidades sindicais e da negociação coletiva;
  • VIII. Ampliação da sindicalização;
  • IX. Fortalecimento do debate sobre a importância das eleições de 2024 para a Classe Trabalhadora na defesa de seus direitos e da Democracia: eleger candidatos e candidatas que tenham compromisso com esta pauta.

Com informações dos Bancários SP e da Contra-CUT.

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