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Bolsonaro continua apostando na morte da população brasileira


Em mais um tremendo ato de irresponsabilidade, surpreendendo mais uma vez a todos, o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu ao STF para exigir o fim do isolamento social no Brasil

Publicado: 08/05/2020

Do Sindsep-PE

Enquanto retira direito dos servidores federais, congelando seus salários até dezembro de 2021, e beneficia o sistema financeiro com a liberação de R$ 1,2 trilhão aos bancos, o governo Bolsonaro aposta na morte da população brasileira. Em mais um tremendo ato de irresponsabilidade, surpreendendo mais uma vez a todos, o presidente Jair Bolsonaro se dirigiu ao Supremo Tribunal Federal (STF) e forçou uma reunião com o ministro Dias Toffolli, nessa quinta-feira (07), para exigir o fim do isolamento social no Brasil. 

Acompanhava o teatro presidencial, o ministro da Economia, Paulo Guedes, além de outros ministros, empresários e membros de associações de diversos setores como o têxtil, de produção de cimento, farmacêutico, máquinas, calçados e energia. 

A exigência do presidente, que não foi atendida pelo STF por motivos óbvios, aconteceu no momento em que as mortes alcançaram um número de 600 ocorrências por dia, com o colapso em várias capitais. No momento em que um grande número de brasileiros está na fila da UTI para receber atendimento. Em Pernambuco, com ocupação em 98%, já há filas com mais de cem pacientes aguardando por vaga de UTI. No Rio de Janeiro, a fila supera 500 pessoas

O encontro ocorreu também um dia depois de o próprio ministro da Saúde, Nelson Teich, ter admitido que, em certos lugares do país, será preciso recorrer a quarentena obrigatória. 

Bolsonaro realmente se supera a cada dia. As suas atitudes têm estimulado os brasileiros a irem às ruas em um momento de extrema gravidade para o Brasil. Uma grande parcela da população brasileira está na rua como se nada estivesse acontecendo! E parece que as medidas para conter o vírus, como a obrigatoriedade do uso de máscaras, estimulou ainda mais a ida às ruas, surtindo um efeito contrário ao que se esperava. 

Por causa do número crescente de pessoas nas ruas, aqui em Pernambuco, a previsão da redução do contágio, que era para junho, já foi estendida até julho!

Indignada com mais um ato de covardia e desprezo pela vida dos brasileiros, a Condsef/Fenadsef vai acionar o STF contra o que considera inadmissível: colocar o lucro acima da vida.

Matemática da morte

Pelos cálculos que Bolsonaro propaga, 70% da população brasileira teria que  ser contaminada para o vírus ir embora. Como somos 209,5 milhões de habitantes, 70% seria equivalente a 146.65 milhões de pessoas. Mas cerca da metade dos brasileiros está conseguindo se manter em casa, saindo só para realizar tarefas essenciais. A metade de 209.5 milhões são cerca de 104.75 milhões de pessoas. E 70% dessa quantia equivale a cerca de 73.32 milhões.

Hoje, o Brasil conta com cerca de 136 mil casos confirmados. Mas a previsão é de que, extraoficialmente, esse número seja 10 vezes mais. Então teríamos cerca de 1.36 milhão de pessoas contaminadas desde a chegada da pandemia aqui. 

Mas Bolsonaro continua estimulando os brasileiros a irem às ruas, enquanto metade da população consegue se manter em casa. Imaginem então quanto tempo levará para que o vírus chegue a 73.32 milhões de brasileiros! E depois que isso acontecer, quantos morrerão sem tratamento nas filas das UTIs!?

Ou seja, sem a quarentena obrigatória nos estados mais críticos, estaremos vivendo o caos prolongado por muito tempo. Quem conseguir se manter em quarentena, viverá em prisão por mais alguns meses. Os trabalhadores que estiverem na rua, vão adoecer, terão que se afastar do trabalho e rezar para serem atendidos e não morrerem.

Principalmente aqueles que vivem nas periferias das grandes cidades e nos municípios do interior do Estado que possuem uma assistência médica pra lá de precária. Os ricos sempre terão garantia de atendimento em algum lugar.

Enquanto isso, a economia ficará em uma situação muito pior do que nos países em que a quarentena obrigatória foi decretada porque sofrerá reflexos da pandemia por um período muito mais prolongado. 
 

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