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Bolsonaro pode ser investigado por corrupção e povo volta às ruas dia 24


O governo brasileiro comprou as doses da vacina Covaxin por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante

Publicado: 23/06/2021
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


Não parece ter sido à toa a atuação do presidente Jair Bolsonaro, de forma direta, para que o Ministério da Saúde incorporasse a vacina indiana Covaxin no Programa Nacional de imunização (PNI). Isso em meio às negociações para que seu governo adquirisse 20 milhões de doses da vacina, deixando de lado negociações muito mais avançadas e com garantias de fornecimento ainda em 2020, como a da Pfizer e a da CoronaVac. Sabe-se agora, diante de documentos do Ministério das Relações Exteriores, que o governo comprou a vacina por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante. Ou seja, indícios claros de corrupção. E pior: Bolsonaro foi avisado e nada fez.  

O Ministério Público Federal (MPF) identificou indícios de crime na compra da vacina. Um telegrama sigiloso da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto de 2020 informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose). Em fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde pagou US$ 15 por unidade (R$ 80,70, na cotação da época). A mais cara entre todas as que foram contratadas pelo Ministério da Saúde. 

Outro detalhe é que o processo de aquisição do imunizante foi o mais célere de todos, apesar dos alertas sobre “dúvidas” em relação à eficácia, à segurança e ao preço da Covaxin. O período entre a negociação e a assinatura do contrato para aquisição da Covaxin levou 97 dias. O do imunizante da Pfizer demorou 330 dias. O contrato para a compra da vacina indiana totalizou R$ 1,6 bilhão. 

O contrato de compra da Covaxin foi o único fechado pelo governo federal que contou com um intermediário. A CPI da Covid quer saber como a representante Precisa Medicamentos lucrou com a transação de R$ 1,6 bilhão para fornecer 20 milhões de imunizantes. 

Além disso, a Covaxin ainda não recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Bolsonaro sabia 

O deputado federal Luis Claudio Miranda (DEM-DF) divulgou mensagens de celular em que avisava a um assessor direto de Bolsonaro da  pressão que estava sendo feita para a compra da vacina e da suspeita de transação ilícita. O deputado é irmão do chefe do Departamento de Logística em Saúde do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda. Segundo ele, nada foi feito para evitar a compra superfaturada. Segundo relatou o deputado Luis Claudio Miranda, Bolsonaro teria tido conhecimento do caso e dito que iria procurar a Polícia Federal, mas nada fez. 

Luis Ricardo prestou depoimento ao Ministério Público Federal sobre o interesse fora do padrão em negociar a importação da vacina por meio da Precisa, representante no Brasil da empresa indiana Barath Biontech, desenvolvedora da vacina.

“Temos aí graves denúncias de que o governo federal cometeu um ato de corrupção com a anuência do presidente da República, que não só soube do que estava acontecendo, como atuou para que a negociação fosse fechada. Vamos ver se o presidente da Câmara, Arthur Lira, aliado de Bolsonaro, irá abrir um dos processos de impeachment nos quais ele está sentado”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos Oliveira.  

População nas ruas 

A Campanha #ForaBolsonaro, organizada por movimentos sociais, centrais sindicais e as frentes Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (FPSM), volta às ruas do Brasil no próximo dia 24 de julho em um novo Dia Nacional de Luta. Além de pedir o impeachment do presidente, a população irá reivindicar vacinas para todos e todas, auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia, contra a privatização e contra a reforma Administrativa (PEC 32). A pauta inclui a luta em defesa da vida do povo negro, da educação e por uma política de geração de empregos.
 

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