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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 20/02/2025
Escrito por: TVT News
De acordo com a PGR, Bolsonaro tinha ciência da trama golpista. Foto: Walter Campanato/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro vai ser preso com a denúncia da PGR? A TVT News ouve especialistas da área jurídica para entender os próximos do processo criminal contra os golpistas.
TVT News conversou com os especialistas da área jurídica Maria Cristina Di Leva, bacharel em Direito e assistente da defensoria pública do 12° Tribunal do júri do Estado de São Paulo e com o advogado criminalista Welington Arruda para entender se Bolsonaro vai ser preso.
Sim, Bolsonaro pode ser preso. Se a denúncia for aceita pelo STF, ele se tornará réu e poderá ser preso durante o processo, dependendo das provas apresentadas e da decisão do tribunal. A prisão é uma possibilidade, mas depende de vários fatores, incluindo a gravidade dos crimes e a avaliação do tribunal, risco de fuga, colaboração com a investigação e etc.
Existem algumas possibilidades de prisão de Bolsonaro antes do trânsito em julgado:
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros 33 indivíduos será analisada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em seguida, a Primeira Turma do STF decidirá se a denúncia será recebida ou rejeitada Após a instrução, o relator elaborará um voto e o caso será julgado pelo tribunal
O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, pode:
Sim, o STF pode julgar a constitucionalidade de uma Lei de Anistia. O STF é o órgão responsável por interpretar a Constituição e pode analisar se uma lei é compatível com os princípios constitucionais ou não.
Não, a aprovação de uma Lei de Anistia pelo Congresso não necessariamente extingue os crimes citados na denúncia A constitucionalidade da lei ainda precisaria ser analisada pelo STF, e o tribunal poderia decidir que a lei não se aplica aos crimes em questão.
Se for aprovada uma anistia ampla, ela poderia extinguir alguns crimes, como associação criminosa e dano ao patrimônio público.
No entanto, crimes como tentativa de golpe de Estado (art. 359-M do Código Penal) e abolição violenta do Estado Democrático de Direito (art. 359-L do Código Penal) podem ser considerados inafiançáveis e imprescritíveis, o que tornaria sua anistia juridicamente contestável.
O STF pode, portanto, invalidar a anistia para esses crimes, caso entenda que ela contraria a Constituição.
A Teoria de Domínio do Fato é uma doutrina jurídica que estabelece que a responsabilidade penal depende do domínio efetivo sobre o fato criminoso
No caso da denúncia da PGR contra Bolsonaro, a teoria se aplica ao argumento de que ele teria tido controle direto e efetivo sobre as ações golpistas, sendo, portanto, responsável pelos crimes cometidos
A PGR argumenta que ele liderava uma organização criminosa e que seus subordinados agiram sob sua influência para tentar impedir a posse do presidente eleito. Assim, mesmo que Bolsonaro não tenha invadido fisicamente os prédios dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023, ele poderia, em tese, ser responsabilizado pelos atos de seus apoiadores e aliados militares, pois teria comandado a trama golpista.
Essa teoria já foi aplicada no Brasil no caso do Mensalão, condenando líderes políticos que não participaram diretamente da execução dos crimes, mas que detinham o controle sobre a organização criminosa. No entanto, após longos debates inclusive do autor da teoria, entende-se que ela não deveria ser materializada no Direito
No caso de Bolsonaro, ele passou de investigado para denunciado. Se o STF aceitar a denúncia, ele será réu e enfrentará um julgamento que pode levá-lo à condenação. É nessa hipótese que, oficialmente, que Bolsonaro pode ser preso.
Bolsonaro passou de investigado para denunciado. Se o STF aceitar a denúncia, ele será réu e enfrentará um julgamento que pode levá-lo à condenação.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou, nesta terça-feira (18), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo envolvimento na trama golpista apontada pela Polícia Federal. É a primeira vez que Bolsonaro é denunciado criminalmente perante o Supremo Tribunal Federal (STF).
A acusação também envolve outros militares, entre eles Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
As acusações da procuradoria estão baseadas no inquérito da Polícia Federal (PF) que indiciou, em novembro do ano passado, o ex-presidente no âmbito do chamado inquérito do golpe, cujas investigações concluíram pela existência de uma trama golpista para impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.