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Brasil de Bolsonaro vive pior cenário de fome de todo o século 21


São mais de 33 milhões de brasileiros passando fome e 125,2 milhões de pessoas que não têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência

Publicado: 08/06/2022

Foto: Leonardo França/Brasil de Fato


O Brasil vive hoje o pior cenário de fome do século 21. O número de pessoas passando fome quase duplicou em menos de dois anos de governo Bolsonaro. São mais de 33 milhões de brasileiros passando fome - 14 milhões a mais em comparação com a última pesquisa, realizada em 2020. Além disso, seis em cada dez famílias vivem com algum grau de insegurança alimentar, o equivalente a 125,2 milhões de pessoas. Ou seja, mais da metade (58,7%) da população não tem acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficiente para sua sobrevivência.  

Esses dados fazem parte do levantamento realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional,  divulgado nesta quarta-feira (8). O primeiro levantamento, realizado em 2020, constatou um número de 19 milhões de pessoas com fome no Brasil. 

Segundo a nova pesquisa, o Nordeste registra mais pessoas com fome: são 12 milhões em situação de insegurança alimentar grave. Entre os que têm fome, 15,9 milhões citaram que tiveram de adotar estratégias consideradas inaceitáveis ou vergonhosas para adquirir comida. São pessoas que estão buscando alimentos no lixo, lixões e nos caminhões de ossos. 

E a situação não está assim por causa da pandemia do novo coronavírus ou por causa de uma guerra na Ucrânia. Segundo a pesquisadora Ana Maria Segall, que participou do inquérito, desde 2018 já era possível perceber aumento nos patamares da pobreza extrema e fome. 

O crescimento descontrolado da fome tem como causa o desmonte de políticas públicas de alimentos e a prioridade ao agronegócio exportador em detrimento da agricultura familiar, por parte do atual governo federal. Uma mudança que afetou fortemente a produção de alimentos para o consumo nacional e a regulação de preços feita pelos estoques públicos. O descontrole da inflação também pode ser apontado como causador da fome. Encher o carrinho do mercado está cada vez mais difícil. 

O desmonte de políticas como o Programa de Agricultura Familiar (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) fez com que o Brasil deixasse de subsidiar a agricultura familiar, a grande responsável por levar alimentos para a mesa das famílias brasileiras. O governo federal destruiu e praticamente zerou o orçamento do principal programa de aquisição de alimentos da agricultura familiar, o Alimenta Brasil. 

Desmonte da Conab

O desmantelamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) teve influência direta no aumento do preço dos alimentos e da fome. Em 2019, o governo fechou 27 armazéns da Conab responsáveis pela distribuição e controle dos alimentos e de seus preços, combate à fome, proteção a pequenos agricultores, atuação em casos de desastres ambientais, entre outras políticas.   

Nesses armazéns da Conab, eram estocados os alimentos produzidos pela agricultura familiar e comprados pelo governo. Quando os alimentos apresentavam alta de preços, o governo vendia os estoques por preços mais baixos, exercendo um controle. Em 2013, o país tinha 944 toneladas de arroz estocadas, em 2015, mais de 1 milhão de toneladas. Hoje, o estoque não garante nem uma semana de consumo no país. Atualmente, o agronegócio controla os preços e consegue obter mais lucro vendendo a produção para outros países, devido à alta do dólar, desabastecendo o mercado nacional. 

Inflação descontrolada

O preço dos alimentos que fazem parte da cesta básica subiu 21,46% entre abril de 2021 e abril de 2022. E um dos grandes vilões desse aumento foi o custo do frete, que vem subindo graças a manutenção da política de preço internacional dos combustíveis, por parte de Bolsonaro. Apesar de 85% da gasolina, 78% do óleo diesel e 70% do gás de cozinha consumidos no Brasil serem produzidos aqui, pela Petrobras, graças ao Preço de Paridade Internacional (PPI), eles são vendidos ao povo ao custo do mercado internacional, em dólar. Apenas no governo Bolsonaro, o Diesel subiu mais de 69%, a gasolina mais de 56% e o gás de cozinha mais de 47%. 

“Enquanto o povo passa fome, os acionistas privados da Petrobras ganham bilhões. Apenas em 2021, a Petrobras distribuiu mais de 100 bilhões de reais com seus acionistas. Se quisesse, Bolsonaro poderia reduzir de imediato o preço dos combustíveis, do gás de cozinha e, em consequência, dos alimentos. Mas ele prefere proteger o lucro dos acionistas e fazer demagogia falando em redução de impostos estaduais”, destacou o secretário-geral do Sindsep-PE, José Felipe Pereira.   
 

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