Brasil e o mundo se mobilizam em atos contra a candidatura de Bolsonaro neste sábado (29)

Da Ascom Sindsep-PE

Neste sábado (29/09), mulheres de todos os estados brasileiros e de cerca de 25 países sairão às ruas em uma mobilização mundial contra o retrocesso que representa a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) para o Brasil e para o mundo! Na mobilização #EleNão, as mulheres, que também estarão acompanhadas por homens, se posicionarão contra o neoliberalismo brutal defendido pela equipe econômica do candidato, que contribuirá para um aumento ainda maior do desemprego no país, e contra o resgate da cultura fascista expressa em seus posicionamentos opostos às mulheres, negros e LGBTs e em defesa da violência armada, que, se concretizada, irá transformar o Brasil em um grande faroeste tupiniquim. Diante de tal ameaça, o Sindsep-PE se posiciona contra esse pensamento, em defesa da democracia brasileira, e irá participar de mobilizações em diversas cidades de Pernambuco (ver programação ao lado).  Em entrevista ao Garra Diário, a socióloga, feminista, educadora do SOS Corpo e uma das organizadoras do ato, Carmem Silva explica o porquê da oposição ao candidato estar crescendo dia após dia. 

Por que #EleNão?

Porque a candidatura em questão representa o pior que podia se ter num cenário eleitoral pós golpe de 2016. No plano da economia, ele se propõe a manter e aprofundar a agenda ultraliberal, de entrega das riquezas nacionais e desvalorização do trabalho, com fim da estabilidade do servidor público, do 13º salário e adicional férias, e reforça todas as medidas regressivas que o governo Temer implantou. No plano da política, ele se coloca contra todos os direitos conquistados por nós, mulheres, o povo negro e LGBTs. Ele apresenta uma proposta pra segurança de reforçar a militarização e a indústria de armas. Em suma, tem todas as caraterísticas do fascismo. É uma candidatura que se coloca para eliminar o debate político e negar a democracia. Sem dúvida #EleNão!

Como seria o Brasil governado por pessoas que pensam como Bolsonaro?

Seria um país quebrado economi-camente mais do que já está, entregue as megas corporações multinacionais, sem serviços públicos e políticas sociais. Com certeza, com a política econômica proposta pela equipe dele, aumentará o desemprego e o desalento, especialmente entre a juventude, além de reduzir as possibilidades de ingresso no ensino superior. Além disso, haverá a livre propagação do ódio contra quem fale contra ele e a sua política ou tenha na sua vida um modo de ser que destoe do padrão conservador violento deste candidato.

O que as mulheres devem observar na hora de escolher seus candidatos?

Nós mulheres sabemos muito bem o que não queremos. #EleNão! Não vamos permitir o retorno de um governo autoritário e que usurpe os mínimos direitos que já conquistamos. No movimento feminista que participo, o fórum de mulheres de Pernambuco, defendemos que nós mulheres possamos escolher em quem votar observando principalmente a história de compromisso da pessoa com nossas lutas e a disposição pra seguir brigando pela revogação das medidas do governo golpista, em qualquer hipótese. Mesmo com a vitória de uma candidatura de esquerda não haverá governo de esquerda se não for revogada a EC-95, que congela os investimentos públicos por 20 anos, a reforma trabalhista, a reforma do ensino médio, a entrega do Pré-Sal, entre outras. Defendemos voto em candidaturas que se orientam pela política feminista antirracista e anticapitalista. E daí só olhando a história anterior pra não cair no canto da promessa de campanha.