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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
O Sindsep acredita que é preciso fazer cumprir a Lei do Feminicídio e implantar no país uma política de segurança efetiva de combate a este tipo de crime e a outros relacionados a qualquer tipo de preconceito. Defende também uma política nacional de educação contra o machismo, pela cidadania anti-misógina e qualquer tipo de preconceito, em todas as escolas do país
Publicado: 01/12/2025
A violência contra a mulher é um problema grave e persistente em todo o Brasil, com indicadores alarmantes de feminicídio e subnotificação de casos. O Brasil registrou 1.492 feminicídios em 2024, um recorde histórico, com uma média de quatro mulheres assassinadas por dia!
A raiz do problema é atribuída ao machismo e a cultura de posse do homem sobre a mulher, que perdura até hoje. De um lado, as mulheres estão cada vez mais independentes financeira e emocionalmente. Por outro lado, muitos homens ainda se consideram superiores, tratam as mulheres como se fossem sua propriedade e não aceitam a autonomia feminina conquistada.
Nos últimos dias, ocorreram casos extremamente graves de feminicídios e violências contra a mulher nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife.
No Rio de Janeiro, duas funcionárias do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) Celso Suckow da Fonseca morreram, na última sexta-feira (28), após terem sido baleadas na cabeça por um colega, que, depois do ataque, se matou no local. A professora Allane de Souza Pedrotti Matos e a psicóloga Layse Costa Pinheiro chegaram a ser levadas para o hospital, mas não resistiram. O crime aconteceu porque o autor, o funcionário João Antônio Miranda Tello Ramos, não admitia ver as duas mulheres em cargos de chefia.
Em São Paulo, um homem atropelou e arrastou a ex-mulher por mais de um quilômetro na Marginal Tietê. A vítima passou por cirurgias e teve as pernas amputadas devido à extensão das lesões. Taynara Souza Santos, de 31 anos, segue internada. O caso aconteceu na manhã de sábado (29). Douglas Alves da Silva, de 26 anos, foi preso depois de trocar tiros com a polícia.
No Recife, um homem agrediu a mulher e ateou fogo na própria casa, matando Isabele Gomes de Macedo, de 40 anos, e seus quatro filhos. O caso também aconteceu no último sábado. Depois do crime, Aguinaldo José Alves passou por uma audiência de custódia e teve a prisão preventiva decretada. A vizinhança de Isabele contou que ela vivia sob agressões e tentava se separar do companheiro.
Importante destacarmos que o problema é estrutural da sociedade brasileira, mas existem vários grupos políticos defendendo práticas machistas para se beneficiar eleitoralmente, como a extrema direita bolsonarista. E a propagação do machismo só gera mais violência. Precisamos dar um basta nisso!
Recentemente, deputados federais do Centrão e da extrema direita se uniram e aprovaram um projeto de lei que dificulta a realização de abortos em crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Ou seja, advogaram a favor dos estupradores! Enquanto isso, a Itália aprovou, na última terça-feira (25), um projeto de lei que define o feminicídio como crime específico, punível com prisão perpétua.
Existe solução?
O Sindsep-PE acredita que é preciso fazer cumprir a Lei do Feminicídio e implantar no país uma política de segurança efetiva e permanente de combate a este tipo de crime e a outros relacionados a qualquer tipo de preconceito.
Delegacias de atendimento à mulher precisam funcionar de forma ininterrupta; agentes de segurança, saúde e educação devem passar por formações contínuas; e campanhas de prevenção precisam ser permanentes, não restritas a datas simbólicas. O Estado brasileiro tem obrigação de proteger e garantir o direito à vida das mulheres.
O sindicato defende também uma política nacional de educação contra o machismo, pela cidadania anti-misógina e qualquer tipo de preconceito, em todas as escolas do país.
A educação feminista e de gênero deve ser compreendida como ferramenta de proteção e não como doutrinação. Ensinar igualdade, respeito, limites, consentimento e cidadania desde a infância é uma das formas mais eficazes de prevenir a violência antes que ela aconteça. Uma sociedade que educa para a igualdade é uma sociedade que salva vidas.
Não podemos compactuar com essa aberração!
Outros aspectos
No Brasil, A violência contra a mulher não se manifesta apenas nos números alarmantes de feminicídio: ela está enraizada em estruturas sociais, políticas e culturais que atravessam o cotidiano das brasileiras. A violência é também institucional. Também é preciso reconhecer que o feminicídio no Brasil tem cor e classe. Mulheres negras, pobres e periféricas são as que mais morrem, revelando o cruzamento entre machismo, racismo e desigualdade estruturais.
Outro aspecto urgente é a violência política de gênero. Mulheres que ocupam cargos públicos, lideram movimentos sociais ou assumem funções de chefia têm sido atacadas, difamadas e perseguidas, especialmente no ambiente digital.
A violência digital cresce de forma acelerada não só no campo político. Mulheres sofrem perseguição online, chantagens, divulgação de imagens íntimas sem consentimento e ameaças que extrapolam o ambiente virtual. A internet se tornou mais um campo de opressão, exigindo leis atualizadas, proteção efetiva e responsabilização rápida dos agressores.
Além da violência, as mulheres têm que enfrentar a cultura de culpabilização. Em pleno século XXI, muitas ainda são responsabilizadas pela roupa que usam, por não terem “saído antes”, por não denunciarem ou até por “provocarem” seus agressores.
Denuncie!
Importante lembrarmos também que, hoje, a principal ferramenta de combate à violência é a denúncia. Existem canais nacionais e redes de apoio locais para as vítimas.