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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
Publicado: 13/06/2019
Escrito por: Ascom Sindsep-PE
O Brasil vai parar nesta sexta-feira, 14 de junho. É o dia em que a classe trabalhadora realiza uma das maiores greves gerais da história e vai dar uma resposta a todos os males que o governo Bolsonaro está fazendo ao país, em especial à população mais pobre, que são os trabalhadores, dentre eles os que estão sem emprego. Vai ser um protesto contra a reforma da Previdência. No Recife, a manifestação acontece a partir das 14h, na esquina da Rua do Sol com a avenida Guararapes, no coração da cidade. Para falar dos males que a reforma da Previdência causará aos brasileiros, em especial aos ataques que a matéria representa para o servidor e para o serviço público, o Garra entrevistou o presidente da CUT estadual, Paulo Rocha.
GARRA - O que representa a Reforma da Previdência de Bolsonaro para a classe trabalhadora?
PAULO ROCHA: Essa reforma dialoga com as reformas trabalhista e a que foi feita na educação e a Emenda Constitucional 95/2016 (que congela investimento público por 20 anos). Eu costumo dizer que a emenda é filha do golpe, porém, é a mãe das outras reformas. Está tendo um ataque profundo à Constituição Federal. Um exemplo é a proposta de se fazer várias reformas daqui em diante sem precisar do quórum constitucional (3/5 dos parlamentares). Ele quer tirar o texto da Previdência da Constituição, para modificá-lo com leis mais fáceis de serem aproadas. Por que isso? A direita diz que o orçamento brasileiro não cabe na Constituição. Então, eles fazem um movimento de alargar a Constituição, transferindo recursos à iniciativa privada, diminuindo o Estado e o estado de bem-estar social. Com essa reforma, quem vai ganhar são os bancos, porque, com o sistema de capitalização, quem ganhará mais dinheiro é a iniciativa privada. Hoje, a Previdência está com seus recursos em bancos públicos. Caso essa PEC avance, o dinheiro da aposentadoria das pessoas migrarão para os privados. Outro segmento que tem a ganhar é o grande empresariado, que vai deixar de pagar a Previdência. Cada trabalhador paga sua contribuição dele, mas tem também a da empresa, os impostos que são arrecadados. Com a reforma, os bancos ganham porque vão receber os recursos vindo para serem investido na capitalização e os empresários vãs ganhar porque vão deixar de pagar a Previdência para seus funcionários. Todo o capital vai ter lucro. Para isso tem que quebrar os direitos que estão na Constituição. Quem defende o Estado mínimo é a favor que se retire investimento em saúde, educação e infraestrutura.
GARRA- O que vai acontecer com os serviços públicos e os servidores públicos caso a reforma passe?
ROCHA - Em grande parte vão sumir. O exemplo são o Ministério do Trabalho e o INSS, que há anos tem déficit de servidor. Isso faz parte de tirar o Estado mínimo. Na rede estadual tem um grande número de pessoas contratadas de forma temporária e precarizada para trabalhando na saúde, educação e outros setores. Isso é uma tentativa de passar todo o serviço público para a inciativa privada. Significa reduzir a qualidade do serviço público, diminuindo a remuneração e as condições de trabalho.
GARRA - A greve vai ser nesta sexta. Depois disso, o que a CUIT e as demais centrais sindicais pretendem fazer para derrubar a Reforma?
ROCHA - O processo vai continuar. Estamos acompanhando diariamente o andamento da reforma dentro do Congresso Nacional e é possível chamar outra greve geral para acabarmos definitivamente com essa reforma. Iremos continuar nas ruas com carros de som, panfletos e com uma série de mobilizações para barrar essa PEC.
GARRA - Qual é a responsabilidade do trabalhador nesse processo para derrubar a reforma da Previdência e o que ele deve fazer no dia a dia para pressionar os parlamentares?
ROCHA - Ninguém solta a mão de ninguém. O ninguém significa não soltar a mão do seu sindicato. Porque uma das coisas que está se tentando fazer é acabar com os sindicatos, tirando todos os seus recursos. Essa tentativa é pra acabar com todos os nossos direitos. Então, as pessoas procurem os seus sindicatos, fortalecendo-os. Não podemos dar um basta a tudo isso de forma individual. Então, dê atenção às mobilizações gerais, nas mobilizações de sua categoria e fortaleça o seu sindicato, para que possamos derrubar essa reforma da Previdência. Que seja anulada também a reforma trabalhista, a Emenda Constitucional 95 e que passemos a construir um Brasil melhor para a classe trabalhadora.