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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 05/11/2025
Do GGN
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do PT na Câmara, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por suposto envolvimento em ações que configurariam espionagem e atentado à soberania nacional. A denúncia foi protocolada na segunda-feira (3) e encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes. As informações são do jornalista Cleber Lourenço, no ICL Notícias.
Segundo a representação, Castro teria se reunido, sem qualquer comunicação ao governo federal, com representantes da Embaixada dos Estados Unidos e da agência antidrogas norte-americana DEA (Drug Enforcement Administration). Nessas reuniões, ele teria entregado relatórios confidenciais de segurança pública e solicitado que o Comando Vermelho fosse oficialmente reconhecido como “organização narcoterrorista”.
Para Lindbergh, a atitude do governador fere princípios constitucionais que atribuem exclusivamente à União a condução de relações internacionais e políticas de segurança nacional. O deputado afirma que o gesto de Castro representa ingerência estrangeira e ameaça à soberania brasileira.
“Ao agir como informante de um governo estrangeiro, Cláudio Castro viola a soberania brasileira e afronta o pacto federativo”, diz o documento encaminhado ao Supremo.
A peça sustenta ainda que o repasse de informações sigilosas a agentes externos pode configurar “ato de traição à pátria”, crime previsto no Código Penal.
Lindbergh pede que o STF autorize a abertura de inquérito para investigar o conteúdo dos relatórios e os nomes de todos os envolvidos nas tratativas. O parlamentar também solicita o encaminhamento do caso à Procuradoria-Geral da República (PGR) e o afastamento cautelar de Castro do cargo de governador até a conclusão das investigações.
Reuniões com a DEA e relatórios entregues pessoalmente
De acordo com o documento, em maio deste ano, Cláudio Castro teria viajado aos Estados Unidos para uma reunião na sede da DEA. Durante o encontro, ele teria entregue pessoalmente relatórios produzidos por sua equipe de segurança, contendo informações sobre facções criminosas do Rio de Janeiro e um pedido formal de “cooperação internacional” para classificar o Comando Vermelho como organização terrorista.
A representação também requer que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e a Controladoria-Geral da União (CGU) sejam acionadas para rastrear possíveis vazamentos e proteger dados estratégicos do Estado. O objetivo é verificar se houve envolvimento de assessores, consultores ou servidores públicos na elaboração e entrega do material.
Risco de ingerência e conexão com a agenda de Trump
O caso ocorre em meio à intensificação de contatos entre setores da extrema direita brasileira e grupos ligados ao presidente norte-americano Donald Trump. Lindbergh aponta que as ações de Castro fariam parte de um “movimento político coordenado” para associar a pauta de segurança pública brasileira à agenda ideológica de Trump e de seus aliados.
“Essas movimentações externas, feitas à revelia do governo brasileiro, comprometem a soberania e servem a um projeto político alheio aos interesses nacionais”, destaca a petição.
Para o deputado, o episódio representa um precedente perigoso de interferência internacional em assuntos internos e pode fragilizar o pacto federativo.
Repercussão e próximos passos
O ministro Alexandre de Moraes deve decidir se autoriza a abertura de inquérito. Caso o pedido avance, a investigação poderá incluir a análise dos documentos entregues às autoridades norte-americanas, a apuração da participação de servidores estaduais e a verificação de possíveis danos à segurança nacional.
Até o momento, o governo do Estado do Rio de Janeiro não se pronunciou sobre o caso.