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Com o governo Bolsonaro, Brasil em chamas se torna um país caótico


Haverá atos em 21 capitais brasileiras em defesa da Amazônia. No Recife, o ato será neste sábado, 24/8, às 14h, na rua da Aurora.

Publicado: 23/08/2019

Foto: Araquém Alcântara

Do Sindsep-PE

A  decadência que o Brasil vivencia desde a ascensão da direita e a eleição de Bolsonaro para presidente do país alcançou seu ápice na semana passada, quando o mundo assistiu estarrecido à maior queimada da história na Amazônia (Foto). Países dos diversos continentes protestaram contra a destruição da maior floresta tropical do mundo, que alcançou mais de 53 mil focos de queimadas só este ano, quase o dobro dos 26,5 mil registrados no mesmo período do ano passado. A NASA detectou que, em 2019, o desmatamento na Amazônia é 84% maior que no ano passado. Esse cenário é fruto do desmonte que o governo vem promovendo no meio ambiente para entregar as áreas de preservação a exploração da iniciativa privada.

Com este cenário, o movimento 342 Amazônia, convocou atos em defesa da Amazônia por todo o País a partir desta sexta-feira 23. Já tem mobilização marcada em 21 capitais. No Recife, o ato será neste sábado, 24/8, às 14h, na rua da Aurora.  

Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro vem atacando a área ambiental, começando com a nomeação de um ruralista para ministro do Meio Ambiente. Além de responder processo por alterar ilegalmente um projeto de proteção ambiental, Ricardo Salles ainda é ex-diretor da Sociedade Rural Brasileira e atua fortemente para beneficiar o mercado. Sobre a Amazônia, ele minimizou a gravidade das queimadas, ao passo que seu chefe acusou ONGs que defendem o meio ambiente de terem provocado os incêndios. Isso sem apresentar qualquer prova. Uma irresponsabilidade sem tamanho, sobretudo por vir de alguém que ocupa o maior cargo do país.

Após nomear um defensor dos empresários que estão ávidos para desmatar, invadir áreas indígenas e lucrar com a destruição da Amazônia, Bolsonaro aparelhou os órgãos federais ambientais, como o Instituto Chico Mendes (ICMBio) e o Ibama, colocando militares em cargos estratégicos. A partir daí, iniciou uma caça às bruxas para perseguir servidores que atravessassem seus caminhos e representassem qualquer ameaça ao plano de entregar o meio ambiente à ganância dos rentistas.

A perseguição de maior repercussão foi a demissão do presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Galvão, que desagradou Bolsonaro ao denunciar o desmatamento na Amazônia. O governo, na época, chegou a anunciar a contração de uma empresa privada para desenvolver o mesmo trabalho do Inpe.

A retaliação a quem defende o meio ambiente aconteceu também no ICMBio. Alguns servidores, no exercício da função, cumprindo a legislação ambiental, foram afastados dos seus cargos porque bateram de frente com os planos mercadológicos do presidente.

“Não tem como descrever o que estamos assistindo no Brasil. Em oito meses, o estrago que esse governo está fazendo é irreversível. A Alemanha e a Noruega já suspenderam projetos que financiavam a preservação da Amazônia. Uma vergonha mundial. Quanto à perseguição aos servidores, não vamos aceitar esses arbítrios”, dispara o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos Oliveira.

Falta de recursos?

Depois de assumir o governo, Jair Bolsonaro reduziu drasticamente os investimentos na preservação ambiental. Ao todo, o Ministério do Meio Ambiente sofreu um corte de R$ 187,4 milhões. A prevenção e controle de incêndios florestais, por exempolo, teve bloqueio de 38,4%, equivalente a R$ 17,5 milhões. 

O órgão praticamente zerou o orçamento para implementar políticas sobre mudanças climáticas no Brasil. A pasta bloqueou 95% dos R$ 11,8 milhões que o programa tinha. 

O esvaziamento coincide com a ideia inicial do presidente Bolsonaro de retirar o país do Acordo de Paris, que estabelece metas para limitar o aquecimento global. Bolsonaro desistiu da saída imediata, sem descartá-la no futuro.

A ação de licenciamento ambiental federal perdeu 42% da verba de R$ 7,8 milhões. Já o programa de apoio à criação de unidades de conservação perdeu R$ 45 milhões, um quarto de seu orçamento. 

Além disso, Bolsonaro dispensou mais de R$ 200 milhões da Alemanhã, que seriam utilizados para a preservação da Amazônia. Também dispensou recursos da Noruega. “Agora, ele afirma que não tem recursos para combater os incêndios. É mentira. O que falta a esse governo é eleger o meio ambiente como prioridade”, disse o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.  
 

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