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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
Publicado: 16/10/2025
Do GGN
O trabalho citado por Pedro Cafardo, com base na análise de Haroldo da Silva, no Valor Econômico, revela um fenômeno complexo: a desindustrialização brasileira ocorreu paralelamente à atuação intensa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no Congresso Nacional. Isso parece contraditório, mas se explica por uma mudança profunda no perfil e nas prioridades dos industriais brasileiros.
A razão central do paradoxo é que os industriais brasileiros, diante da lógica de mercado e da ausência de políticas industriais consistentes, priorizaram a sobrevivência e competitividade de suas empresas, mesmo que isso significasse abandonar o nacionalismo produtivo.
Por que os industriais abraçaram o neoliberalismo?
O caso da Abimaq e a “maquiagem” industrial
A reação da Abimaq à desvalorização do dólar mostra como parte da indústria brasileira se transformou em maquiadora: empresas que apenas montam produtos com componentes importados, sem agregar valor tecnológico nacional.
Em vez de aproveitar o câmbio favorável para exportar, essas empresas sofreram com o aumento do custo das importações, evidenciando a fragilidade da base produtiva nacional.
Caminhos para uma nova política industrial
No Plano de Metas, o grupo de trabalho da indústria automobilística definiu as seguintes regras de entrada para as montadoras estrangeiras:
Conclusão
O setor permite uma mobilização muito maior do que a do Plano de Metas, tal a quantidade de setores envolvidos e de empresas de diversos tamanhos. Há espaço para os grandes grupos nacionais, para o universo das PMEs, para o capital estrangeiro e para o mercado financeiro.
Basta planejar e executar.
Eixo de Desenvolvimento | Produto Principal (Exemplo de Aplicação) | Terras Raras Críticas | Empresa-Âncora (Referência Estratégica) |
1. Eletromobilidade e Transição Energética | Ímãs de alto desempenho (Motores/Geradores Eólicos) | Nd, Pr, Dy, Tb | WEG (Motores e Geradores) / BYD (Mobilidade) |
2. Eletroeletrônicos e Equipamentos de Precisão | Sensores Ópticos e Eletrônicos de Alta Precisão (Aviónica) | Nd, Pr, Sm, Eu, Y | Embraer (Aviónica) / Positivo (Eletrônicos) |
3. Indústria Química, Ambiental e de Processos | Catalisadores de refino e Polidores Ópticos | Ce, La, Y | Petrobras (Refino) / Braskem (Química) |
4. Saúde e Biotecnologia | Agentes de Contraste e Radiofármacos | Gd, Y, Sm, Lu | Fiocruz / CNEN (Tecnologia Nuclear e Saúde) |
5. Defesa e Aeroespacial | Sensores e Ímãs para Radares e Sistemas de Guiagem | Sm, Nd, Dy, Y, Gd | Embraer Defesa / Avibras (Sistemas de Defesa) |
6. Reciclagem e Economia Circular | Ímãs e Óxidos de Terras Raras Recuperados | Nd, Pr, Dy, Tb | Gerdau (Metálicos/Reciclagem) / WEG (Reuso de Componentes) |
7. Indústria Cultural e de Luxo | Pigmentos, Fósforos LED e Vidros Especiais (Design High-Tech) | Eu, Tb, Y, Ce, La | Startups Tecnológicas de Design (Inovação e Valor Agregado) |
Para PMEs
Eixo de Desenvolvimento | Oportunidade Principal para PMEs (Onde Entram) | Instrumento Chave de Fomento | Cluster Sugerido |
Fabricação de Componentes (carcaças, eixos, rolamentos) e Serviços (retrofit, manutenção especializada de motores). | BNDES MPME Verde (Crédito simplificado com carência) e Vouchers Embrapii (Protótipos). | “Vale do Magneto” (MG-SP-SC) | |
Produção de Sensores Miniaturizados, Atuadores e Montagem de Módulos de eletrônica fina e óptica. | Lei da Informática 2.0 (Abatimento Fiscal por insumo nacional) e Editais Finep Startups. | “Polo Sensorial Brasil” (São Carlos / Campinas / Recife) | |
Formulação de Catalisadores Sob Medida (pastas, suspensões) e Serviços de Regeneração química. | Finep InovaNano (Financiamento 50/50) e Crédito Presumido de ICMS (Uso de TR nacional). | “Polo Catalítico Nordeste” (BA–PE–CE) | |
Startups de Radiofármacos e Contrastes (Gd) e Equipamentos de Imagem com componentes magnéticos. | Edital MCTI-Saúde 4.0 (Subvenção Econômica) e Fast-track ANVISA para startups. | **“Biomagnet |
Para o capital externo e para o mercado financeiro (como investidor)
Instrumento | Função | Órgão Gestor |
Golden Share Pública | Veto estratégico em decisões de controle, exportação e transferência de tecnologia. | BNDESPar / União |
Fundo de Terras Raras do Brasil (FTR-BR) | Investidor-âncora em JVs, mantendo 25–40% de equity nacional. | BNDES + fundos de pensão |
Cláusula de “compra local mínima” | Exige que 60–70% dos insumos e subcomponentes venham do país. | MDIC |
Requisitos de Conteúdo Tecnológico Local (CTL) | Percentual mínimo de engenharia e P&D feito no Brasil (ex. 30% do CAPEX em P&D local). | MCTI |
Banco de Patentes Compartilhadas (IP Commons BRICS) | Centraliza e protege propriedade intelectual desenvolvida em parcerias. | INPI + MCTI |
Autoridade Nacional de Terras Raras (ANTR) | Supervisiona contratos, licenças e exportações estratégicas. | CNPE + Casa Civil |
Zonas de Processamento Industrial Verde (ZPIV) | Espaços onde capital estrangeiro entra com isenção fiscal, mas sob regras de reinvestimento e conteúdo local. | MDIC + Estados |