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Corte no orçamento compromete serviços do Centro Regional de Ciências Nucleares


Servidores do órgão vão aproveitar visita do ministro Aldo Rebelo a Pernambuco para protestar.

Publicado: 11/06/2015

Os servidores do Centro Regional de Ciências Nucleares (CRCN) - órgão ligado à Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) – estão sentindo na pele os cortes em investimentos no serviço público feitos pelo governo federal. Por conta da redução dos recursos repassados ao CRCN, os serviços oferecidos pelo órgão ficam comprometidos. Já foram demitidos 20 terceirizados e há a ameaça de cancelar o contrato com a empresa que faz a segurança no local por falta de pagamento. O CRCN é responsável por materiais radioativos que precisam de vigilância reforçada e permanente durante as 24 horas do dia.

“O CRCN trabalha com fontes radiológicas, bem como possui uma instalação de rejeitos radioativos e, caso uma fonte dessas seja furtada, há o risco de exposição em potencial, fora o efeito do ponto de vista psicológico à sociedade, que poderá ter consequências danosas”, explica a servidora do órgão e diretora da Associação dos Servidores do CRCN, Suy Hwang.

Além de estar com a fatura da empresa de vigilância pendente, o centro também está em atraso com os serviços de concessionárias como as contas de luz, sofrendo ameaças semanais de corte. Caso isso ocorra, os insumos que precisam ser refrigerados correm o risco de ser perdidos, culminando uma maior tragédia para as pesquisas que já se arrastam com dificuldades, em função dos cortes e pequenos investimentos que são repassados.

A dificuldade de quitar as contas administrativas não é o único problema do CRCN. A área onde está instalado o centro lhe foi cedida pela UFPE, mas outros órgãos ligados ao Ministério da Ciência e Tecnologia também funcionam no local, sem, no entanto, ter qualquer responsabilidade administrativa sobre o espaço. Ou seja, fica a cargo do CRCN responder por todas as despesas de manutenção, mesmo funcionando no local a Representação Regional do Ministério no NE (Rene).

Segundo Suy, os outros órgãos - o Cetene e a Rene - repassam uma quantia para a sede, no Rio de Janeiro, mas esse dinheiro não é encaminhado para o CRCN em sua totalidade. “Por trabalharem em uma área comum que utilizam material radioativo, os servidores do Cetene ganharam na Justiça uma gratificação de RX, extensiva também para terceirizados e bolsistas do órgão. Por consequência dessa convivência irresponsável, forçada politicamente, tal decisão vai na contramão dos cortes públicos determinados pelo governo com relação ao orçamento deste ano”, comenta Suy Hwang, para completar:

“Desde a sua criação, o CRCN vem sofrendo golpes que acabam por deflagrar o seu possível desaparecimento. Antes da sua inauguração, o órgão foi alvo de uma ‘reforma agrária’ que culminou na instalação de outros órgãos, desestruturando e desconsiderando todo estudo e justificativa técnica realizada, na época, por especialistas renomados. Uma das piores consequências é o fato de coabitarem no mesmo espaço instituições nucleares com não nucleares, deixando à margem a segurança que requer um órgão dessa natureza.”

PRESSÃO NO MINISTRO
Em protesto contra todo esse descaso com o CRCN, os servidores do órgão vão aproveitar a visita do ministro de Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo (foto), a Pernambuco para apresentar os problemas e cobrar uma resposta do governo federal. O ministro fará uma visita, hoje, às 15h, ao Cetene. “Vamos expor a real situação do CRCN e esperamos que o ministro se sensibilize e resolva a questão”, finaliza Suy Hwang.



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