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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 01/12/2025
Começa nesta segunda-feira (1º), no Armazém da Utopia, no Rio de Janeiro (RJ), a Cúpula Popular do Brics, iniciativa que reúne representantes de movimentos populares e da sociedade civil de países que fazem parte do bloco. A atividade, que segue até quinta-feira (4), reunirá cerca de 150 pessoas de 21 países. Entre os temas de debate estão: cooperação econômica e a construção da multipolaridade; a reconfiguração da geopolítica mundial; o papel do Brics; e a questão da desdolarização.
O Brics é um bloco de países emergentes formado originalmente por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que compuseram a sigla. Atualmente, 11 países membros fazem parte do grupo, com a adesão de Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O espaço serve como foro de articulação político-diplomática de países do Sul Global e de cooperação nas mais diversas áreas.
O Conselho Civil Popular do Brics foi criado e reconhecido pela Cúpula de Líderes de Kazan, realizada na Rússia em 2024. A iniciativa reúne diversas organizações populares e representantes da sociedade civil, entre movimentos, partidos, intelectuais e acadêmicos dos países do Brics. O espaço busca promover o diálogo entre atores da sociedade civil e governos dos países do Brics, por meio da participação na elaboração de propostas voltadas à cooperação entre os povos do Sul Global.
Esta é a primeira atividade do Conselho Civil Popular do Brics e será o último grande evento sob a presidência brasileira no bloco, antes de repassar à Índia em 2026. Além dos países membros e parceiros, serão convidados representantes populares da Venezuela, da Argentina, do Uruguai, do México e da Colômbia.
“Estamos aproveitando a iniciativa dos governos para construir espaços de debates dos movimentos populares e de entidades da sociedade civil. Aproveitamos para construir processos de cooperação política, tecnológica e de troca de experiências para enfrentarmos os problemas comuns que temos em todos os países”, destaca João Pedro Stedile, liderança do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e membro do Conselho Popular do Brics.
Ele explica que há diversos grupos de debates temáticos que já se reúnem de forma virtual e agora, com a cúpula presencial, serão apresentadas as avaliações e propostas discutidas nesse âmbito. “Depois devemos transformar em documentos para serem enviados ao conjunto dos governos [do Brics]”, explica Stedile.
Programação
No primeiro dia de atividade, nesta segunda-feira (1º), será realizada uma coletiva de imprensa, às 11h, para apresentar os objetivos da atividade e trazer a perspectiva popular sobre o Brics e a geopolítica mundial. A coletiva ocorrerá no próprio local do evento, o Armazém da Utopia, com acesso mediante credenciamento.
O evento contará com a presença do sherpa (representante diplomático em cúpulas) brasileiro no Brics, o embaixador Maurício Carvalho Lyrio, e de Antônio Freitas, subsecretário de Finanças Internacionais e Cooperação Econômica do Ministério da Fazenda e um dos principais representantes do país nas negociações financeiras e econômicas no Brics e no G20. Dilma Rousseff, presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), e ex-presidenta do Brasil, participará da atividade de forma virtual.
Confira a programação na íntegra AQUI
Participação popular no Brics
Marco Fernandes, membro do Conselho Popular do Brics e analista de geopolítica, destaca a abertura às organizações populares e à sociedade civil durante a presidência brasileira no bloco. “Nós fomos convidados para a segunda reunião de sherpas, no final de abril, no Rio de Janeiro (RJ). Lá tiveram presentes todos os conselhos e fóruns do Brics, marcando a presidência brasileira no sentido de abrir diálogo com a sociedade civil. Isso é algo muito incomum”, avalia.
Outro momento “histórico” apontado por Fernandes foi a participação do Conselho Popular do Brics na própria Cúpula de Líderes, em julho, quando três conselhos do bloco foram convidados para uma sessão com os chefes de Estado. “Nosso representante, João Pedro Stedile, leu algumas das nossas recomendações diante de todos os chefes. Foi a primeira vez na história que isso aconteceu”, relembrou.
Ele acrescenta que a realização da Cúpula Popular dos Brics no final de 2025 tem o propósito de “coroar” esse processo. “É um momento importante para a gente também discutir os próximos passos, qual a nossa estratégia, para onde nós queremos apontar a construção do conselho popular a nível internacional”, afirma. O analista de geopolítica reforça a necessidade de que as próximas presidências do Brics, Índia em 2026, China em 2027 e África do Sul no ano seguinte, mantenham o exemplo brasileiro.
O Armazém da Utopia fica na avenida Rodrigues Alves, sem número, Armazém 6, no Cais do Porto, Santo Cristo, Rio de Janeiro (RJ).
Editado por: Rafaella Coury