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CUT e outras 53 entidades lançam Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral


Confira íntegra do documento no site do sindicato, no link desta matéria

Publicado: 12/12/2018
Escrito por: Ascom Sindsep-PE

Na passagem do Dia Internacional dos Direitos Humanos, na segunda-feira passada, 10 de dezembro, a CUT-PE e mais 53 entidades do movimento sindical e da sociedade civil organizada lançaram a Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral. Confira íntegra do documento no site do sindicato, no link desta matéria. 

Entre as entidades que subscrevem a carta está a Fetape, o MST e o Fórum de Mulheres de Pernambuco. O documento foi resultado do seminário Desafios dos Movimentos Sociais do Nordeste e do Brasil Pós-Eleições, realizado em Recife, entre os dias 28 e 30 de novembro deste ano.

Na carta, as entidades se opõe e trajetória de descaso do país em relação à região Nordeste, assim como propõe a construção de uma nova narrativa, diferente do seu passado histórico (escravocrata, racista e machista). Chama também a atenção da sociedade para o cenário político e econômico atual, que caminha na linha do retrocesso para todos, inclusive os nordestinos.

Lançada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral denuncia o assassinato, no último dia 8, de dois líderes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) da Paraíba, ao que tudo indica por questões políticas. Além disso, a carta denuncia qualquer forma de discriminação e descaso com as minorias do país.

“No Nordeste, em 2018, elegemos alguns governos de visão democrática, e, além disso, a única mulher governadora do País. Mas há muito a ser feito. Por isso, RESISTIREMOS e continuaremos MOBILIZADOS/AS nas ruas, nas ações com os movimentos, com as comunidades e grupos locais, inclusive via Artivismo criativo. Agregaremos mais corações e mentes e continuaremos incansáveis no combate ao fundamentalismo e à intolerância religiosa; na defesa do acesso à terra e moradia digna; pela saúde, pela igualdade de gênero, pelos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas e por uma educação crítica e libertadora”, diz trecho da carta.

Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral

 

Nós, participantes do Seminário “Desafios dos Movimentos Sociais do Nordeste e do Brasil Pós-Eleições”, reunidos/as em Recife entre os dias 28 e 30 de novembro de 2018, tornamos pública esta Carta Política num momento histórico que nos convoca à importante ação de “Não Deixar Ninguém Pra Trás”.

A história do Nordeste é marcada pela escravidão, pelo latifúndio, pela pobreza, pelas violências, pelo machismo, racismo e desigualdades tanto no campo, quanto na cidade. É inaceitável que ainda tenhamos a população mais pobre do País, que enfrenta tantas vulnerabilidades, intolerâncias, perseguições, exclusão e mortes. Por isso, nossos movimentos se fortalecem, dialogam e se encontram na defesa dos direitos sociais, culturais, políticos e econômicos, entendendo que a defesa do direito à livre associação entre pessoas, a manifestar-se publicamente, viver uma vida sem violência e a comunicação alternativa, sem monopólios, são essenciais para um país democrático e plural.

O atual cenário político brasileiro nos coloca em estado de alerta e articulação permanente e é, assim, que enfrentaremos as propostas de apropriação dos bens públicos e comuns, sejam essas pautadas pelos poderes Executivo, Judiciário ou Legislativo. Não permitiremos o aumento das vulnerabilidades de populações já excluídas, penalizando ainda mais as mulheres negras, indígenas, quilombolas, a população LGBTI, as diversas e plurais comunidades urbanas e do campo. Comprometemo-nos a continuar na resistência, ocupando as ruas, denunciaremos e exigiremos punições aos autores de assassinatos às lideranças dos movimentos sociais, as diversas e plurais comunidades urbanas e do campo. Comprometemo-nos a continuar na resistência, ocupando as ruas, produzir conhecimentos, fortalecendo a educação popular e feminista para construir um Brasil mais justo com o seu próprio povo. Não deixaremos ninguém para trás, como proposto pela Agenda 2030 e seus objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pautando produzir conhecimentos, fortalecendo a educação popular e feminista para construir um Brasil mais justo com o seu próprio povo. Não deixaremos ninguém para trás, como proposto pela Agenda 2030 e seus objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pautando uma perspectiva de desenvolvimento para todos e todas com justiça e igualdade social.

Assim, hoje, 10 de dezembro de 2018, quando se celebra os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, afirmamos a defesa do Estado Democrático de Direito e da Constituição Brasileira. Estaremos juntos e juntas para reafirmar que o Estado é Laico e tal laicidade deve ser garantida nas instituições públicas, inclusive nas Escolas. E estaremos unidas e unidos para apoiar o multilateralismo que entendemos ser fundamental para defesa de direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais para as relações de solidariedade internacional e latino-americana.

No Nordeste, em 2018, elegemos alguns governos de visão democrática, e, além disso, a única mulher governadora do País. Mas há muito a ser feito. Por isso, RESISTIREMOS e continuaremos MOBILIZADOS/AS nas ruas, nas ações com os movimentos, com as comunidades e grupos locais, inclusive via Artivismo criativo. Agregaremos mais corações e mentes e continuaremos incansáveis no combate ao fundamentalismo e à intolerância religiosa; na defesa do acesso à terra e moradia digna; pela saúde, pela igualdade de gênero, pelos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas e por uma educação crítica e libertadora.

Reafirmamos, sobretudo, nossa coragem e determinação, de levar, com amorosidade, a resistência na defesa dos Direitos Humanos para todos os cantos do Nordeste e do País “Ninguém solta a mão de ninguém, para não deixar ninguém para trás”.

“O amor é a força mais sútil do mundo” Gandhi.

Assinam:

  1. Estudantes de Educação no Campo
  2. Movimento Quilombola
  3. ABONG -  Associação Brasileira de ONG´s
  4. Juventude – PT
  5. Universidade Federal do Piauí
  6. FETRAECE
  7. FETAGPI
  8. Fórum Cearense de Mulheres/AMB
  9. Universidade da Integração
  10. GRUNEC- Grupo de Valorização negra do Cariri Cearense.
  11. ASP-MA
  12. Católicas pelo Direito de Decidir/AMB/MA
  13. Fórum Popular da ECOSOL
  14.  Coletivo Vozes de Maria
  15. MNC + - Movimento Nacional das Cidadãs Positivas/PE
  16. RNP+PE –Rede Nacional das Pessoas Vivendo com HIV e Aids – Núcleo de Pernambuco.
  17. Escola de Formação Quilombo dos Palmares – EQUIP
  18. Instituto Papai
  19.  Coletivo Periféricas
  20. Coletivo Mulheres de Jaboatão
  21. GESTOS - Soro positividade, Comunicação e Gênero
  22. Fórum Suape
  23. Centro de Mulheres do Cabo
  24. Grupo de Mulheres de Bem Virá
  25. Grupo Gay Leões do Norte
  26. FETAPE
  27. Fórum de Mulheres de Pernambuco/FMPE
  28. Central Única dos Trabalhadores e das Trabalhadoras de Pernambuco
  29. Colônia de Pescadores e Pescadoras/
  30. FASE- Federação de Órgãos para Assistência Social
  31. Grupo Espaço Mulher
  32. Coletivo de Mulheres Viradas no Moi de Coentro
  33. SERTA
  34. Centro Agroecológico – Sabiá
  35. Grupo de Capoeira Herança de Angola
  36. Comissão Pastoral da Terra – CPT –PB
  37. Rede de Educação Cidadã – RECID
  38. Movimento Negro – CONEN –BA
  39. CEN- Coletivo de Entidades Negras – BA
  40. Movimento de Cultura Popular subúrbio – BA
  41. Quilombo Zeferina – BA
  42. Rede de Educadores Populares do Nordeste –AL
  43. FETAG/AL
  44. AJURCC –Campina Grande –PB
  45. Manaíra
  46. ENFOC/CONTAG
  47. MST – Movimentos dos trabalhadores e das Trabalhadoras Sem Terra
  48. Ocupação Urbana – Marielle Franco/PE
  49. CEAAL
  50. SOS CORPO- Instituto Feminista para Democracia
  51. PJR – Pastoral da Juventude Rural
  52. SINTEPE – Sindicato Professores(as) Pernambuco

53-Movimento dos e das trabalhadoras sem teto - Brasil

MTST.

54-Rede de Mulheres Negras de Pernambuco.

Recife, 10 de dezembro de 2018.

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