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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
Publicado: 12/12/2018
Escrito por: Ascom Sindsep-PE
Na passagem do Dia Internacional dos Direitos Humanos, na segunda-feira passada, 10 de dezembro, a CUT-PE e mais 53 entidades do movimento sindical e da sociedade civil organizada lançaram a Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral. Confira íntegra do documento no site do sindicato, no link desta matéria.
Entre as entidades que subscrevem a carta está a Fetape, o MST e o Fórum de Mulheres de Pernambuco. O documento foi resultado do seminário Desafios dos Movimentos Sociais do Nordeste e do Brasil Pós-Eleições, realizado em Recife, entre os dias 28 e 30 de novembro deste ano.
Na carta, as entidades se opõe e trajetória de descaso do país em relação à região Nordeste, assim como propõe a construção de uma nova narrativa, diferente do seu passado histórico (escravocrata, racista e machista). Chama também a atenção da sociedade para o cenário político e econômico atual, que caminha na linha do retrocesso para todos, inclusive os nordestinos.
Lançada no Dia Internacional dos Direitos Humanos, a Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral denuncia o assassinato, no último dia 8, de dois líderes do Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) da Paraíba, ao que tudo indica por questões políticas. Além disso, a carta denuncia qualquer forma de discriminação e descaso com as minorias do país.
“No Nordeste, em 2018, elegemos alguns governos de visão democrática, e, além disso, a única mulher governadora do País. Mas há muito a ser feito. Por isso, RESISTIREMOS e continuaremos MOBILIZADOS/AS nas ruas, nas ações com os movimentos, com as comunidades e grupos locais, inclusive via Artivismo criativo. Agregaremos mais corações e mentes e continuaremos incansáveis no combate ao fundamentalismo e à intolerância religiosa; na defesa do acesso à terra e moradia digna; pela saúde, pela igualdade de gênero, pelos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas e por uma educação crítica e libertadora”, diz trecho da carta.
Carta do Nordeste sobre o Cenário Pós-eleitoral
Nós, participantes do Seminário “Desafios dos Movimentos Sociais do Nordeste e do Brasil Pós-Eleições”, reunidos/as em Recife entre os dias 28 e 30 de novembro de 2018, tornamos pública esta Carta Política num momento histórico que nos convoca à importante ação de “Não Deixar Ninguém Pra Trás”.
A história do Nordeste é marcada pela escravidão, pelo latifúndio, pela pobreza, pelas violências, pelo machismo, racismo e desigualdades tanto no campo, quanto na cidade. É inaceitável que ainda tenhamos a população mais pobre do País, que enfrenta tantas vulnerabilidades, intolerâncias, perseguições, exclusão e mortes. Por isso, nossos movimentos se fortalecem, dialogam e se encontram na defesa dos direitos sociais, culturais, políticos e econômicos, entendendo que a defesa do direito à livre associação entre pessoas, a manifestar-se publicamente, viver uma vida sem violência e a comunicação alternativa, sem monopólios, são essenciais para um país democrático e plural.
O atual cenário político brasileiro nos coloca em estado de alerta e articulação permanente e é, assim, que enfrentaremos as propostas de apropriação dos bens públicos e comuns, sejam essas pautadas pelos poderes Executivo, Judiciário ou Legislativo. Não permitiremos o aumento das vulnerabilidades de populações já excluídas, penalizando ainda mais as mulheres negras, indígenas, quilombolas, a população LGBTI, as diversas e plurais comunidades urbanas e do campo. Comprometemo-nos a continuar na resistência, ocupando as ruas, denunciaremos e exigiremos punições aos autores de assassinatos às lideranças dos movimentos sociais, as diversas e plurais comunidades urbanas e do campo. Comprometemo-nos a continuar na resistência, ocupando as ruas, produzir conhecimentos, fortalecendo a educação popular e feminista para construir um Brasil mais justo com o seu próprio povo. Não deixaremos ninguém para trás, como proposto pela Agenda 2030 e seus objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pautando produzir conhecimentos, fortalecendo a educação popular e feminista para construir um Brasil mais justo com o seu próprio povo. Não deixaremos ninguém para trás, como proposto pela Agenda 2030 e seus objetivos de Desenvolvimento Sustentável, pautando uma perspectiva de desenvolvimento para todos e todas com justiça e igualdade social.
Assim, hoje, 10 de dezembro de 2018, quando se celebra os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, afirmamos a defesa do Estado Democrático de Direito e da Constituição Brasileira. Estaremos juntos e juntas para reafirmar que o Estado é Laico e tal laicidade deve ser garantida nas instituições públicas, inclusive nas Escolas. E estaremos unidas e unidos para apoiar o multilateralismo que entendemos ser fundamental para defesa de direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais para as relações de solidariedade internacional e latino-americana.
No Nordeste, em 2018, elegemos alguns governos de visão democrática, e, além disso, a única mulher governadora do País. Mas há muito a ser feito. Por isso, RESISTIREMOS e continuaremos MOBILIZADOS/AS nas ruas, nas ações com os movimentos, com as comunidades e grupos locais, inclusive via Artivismo criativo. Agregaremos mais corações e mentes e continuaremos incansáveis no combate ao fundamentalismo e à intolerância religiosa; na defesa do acesso à terra e moradia digna; pela saúde, pela igualdade de gênero, pelos direitos sexuais e reprodutivos de todas as pessoas e por uma educação crítica e libertadora.
Reafirmamos, sobretudo, nossa coragem e determinação, de levar, com amorosidade, a resistência na defesa dos Direitos Humanos para todos os cantos do Nordeste e do País “Ninguém solta a mão de ninguém, para não deixar ninguém para trás”.
“O amor é a força mais sútil do mundo” Gandhi.
Assinam:
53-Movimento dos e das trabalhadoras sem teto - Brasil
MTST.
54-Rede de Mulheres Negras de Pernambuco.
Recife, 10 de dezembro de 2018.