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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
(81) 3131.6350 - sindsep@sindsep-pe.com.br
Publicado: 08/08/2019
Escrito por: Ascom Sindsep-PE
Além de promover um grande desmonte no serviço público federal, desde que assumiu a Presidência da República, Jair Bolsonaro vem realizando uma verdadeira caça às bruxas aos servidores com perseguições e demissões daqueles que considera que são contra os seus interesses.
Recentemente, o presidente eleito voltou a sua mira para o Arquipélago de Fernando de Noronha. No último mês de julho, em uma de suas entrevistas, Bolsonaro declarou que a taxa de preservação cobrada no arquipélago de Fernando de Noronha é um roubo e afirmou que iria rever essa cobrança para que o local tenha um fluxo maior de turistas. Uma semana após a declaração, o presidente ordenou que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fizesse uma vistoria na Ilha.
Depois da visita de Ricardo Salles a Ilha e de uma reunião com donos de pousadas e empresários locais, o governo anunciou a transferência do oceanógrafo e um dos maiores especialistas em golfinhos do Brasil, José Martins da Silva, para o Sertão de Pernambuco. O servidor do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que trabalha há mais de 30 anos em Noronha e criou o projeto Golfinho Rotador, poderá ser transferido para a Floresta Nacional de Negreiros, localizada no município de Serrita.
O anúncio da transferência foi feito porque José Martins vinha desenvolvendo um trabalho sério de preservação ambiental do arquipélago. Entretanto, todo e qualquer trabalho de preservação do meio ambiente vem sendo inviabilizado no atual governo porque Bolsonaro acredita que esse tipo de atividade atrapalha o lucro dos empresários.
A transferência de José Martins foi confirmada no último dia 1° de agosto, pelo presidente do ICMBio, Homero de Giorge Cerqueira com uma justificativa estapafúrdia. Segundo Homero, a remoção do servidor visa melhorar a distribuição quantitativa dos servidores. O presidente do ICMBio solicitou que a decisão fosse publicada e oficializada.
No entanto, José Martins está decidido a não sair da Ilha. Ele pretende ingressar com uma ação na Justiça contra a decisão.
“A área ambiental tem sido uma das mais atingidas pelos absurdos desse governo. O desmatamento aumentou, centenas de agrotóxicos estão sendo liberados e o desrrespeito ao meio ambiente é flagrante. Daremos todo o apoio necessário, por meio de nosso setor jurídico, aos servidores que se sentirem perseguidos”, destacou o coordenador geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira.
Caso a mudança fosse concretizada, José Martins da Silva ficaria a uma distância de mais de mil quilômetros da sua esposa, que também reside e trabalha na Ilha.
Um governo voltado apenas para os empresários
Depois da reunião entre o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e os empresários de Fernando de Noronha ficou claro que o governo atuará para beneficiar os empresários da Ilha em detrimento do meio ambiente. Logo após o encontro, o ministro concedeu uma entrevista coletiva para a imprensa e afirmou que irá analisar a redução do valor da taxa de permanência cobrada aos turistas. É importante destacar que o oceanógrafo, José Martins da Silva, é um dos maiores críticos do aumento exponencial da visitação a Fernando de Noronha, que já está acima do limite permitido. Em janeiro deste ano, o analista ambiental destacou que o aumento, antes sazonal, estava acontecendo em todos os meses do ano, o que vinha prejudicando o meio ambiente local.
Durante a reunião também foi debatida a liberação de voos noturnos comerciais para Fernando de Noronha. Vale destacar que essa liberação foi negada pelo ICMBio porque a iluminação para o pouso dos aviões é prejudicial a fauna local. Os empresários também querem a liberação da pesca de sardinha, das 6h às 9h. Atualmente a pesca é proibida para preservação da espécie.