EDITORIAL As lições do Covid-19

O novo coronavírus (Covid-19) trouxe à tona uma verdade, que contraria as orientações neoliberais do governo Bolsonaro. Precisamos de serviços públicos fortalecidos, políticas públicas para várias áreas, inclusive a saúde, porque é o SUS que está majoritariamente atendendo os pacientes contaminados e realizando os exames para detectar a doença. Diante dessa importância não cabe impor teto de gastos para o setor público. A Emenda Constitucional 95/16 precisa ser derrubada.

Essa pandemia mostra também que não cabem privatizações. São os bancos públicos, por exemplo, que podem oferecer alto lucro nesse momento de crise econômica e financiamentos justos tanto para o pequeno quanto para o grande empresário. Cadê os bancos privados? O que eles estão fazendo pelo povo brasileiro? Nada. Pelo menos até agora.

Na verdade em momentos de crise como este o mercado reage com oportunismo e, em vez de ajudar a população, explora ainda mais. Produtos de higiene como álcool gel e máscaras estão escassos e onerados pela lógica da oferta e da procura. Os alimentos também subiram. Quem pode, compra para estocar, quem não, amarga os altos preços.

O novo coronavírus nos mostra que precisamos de um Estado fortalecido para gerir crises como essa e que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não tem capacidade de ocupar o maior cargo de gestão do país. As ações emergenciais foram tomadas primeiramente pelos estados e municípios, enquanto o governo Federal se omitia e voltava as suas atenções ao mercado financeiro.

Em pleno surto do Covid-19 e com a suspeita de estar contaminado o presidente da República sai às ruas, no dia 15 de março, para cumprimentar manifestantes que faziam um protesto contra o Congresso e o Judiciário. Tirou fotos, apertou as mãos, num completo ato de irresponsabilidade.

Que consigamos atravessar essa pandemia sem muitas sequelas, mais conscientes enquanto cidadãos e seres humanos e esclarecidos sobre e a importância do serviço público e de um Estado fortalecidos.