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Esquerda se reúne para traçar alternativas e construir unidade


Organizações se articulam em defesa da democracia e avanços de direitos através de uma frente popular

Publicado: 30/07/2015

Publicado no Brasil de Fato 

Apesar de diferenças em relação ao alcance e riscos reais da crise política, diversos grupos identificados com a esquerda têm realizado leituras comuns em relação à necessidade de unidade em torno da defesa de direitos. “Apesar do clima fatalístico, um momento de crise também abre possibilidades do campo progressista avançar”, avalia Priscila Araújo, do Levante Popular da Juventude, um dos movimentos que integra a construção de uma frente popular.

Nacionalmente, um grupo de militantes de diversos partidos e organizações têm se reunido para debater conjuntura. Segundo Valter Pomar, dirigente nacional do Partido dos Trabalhadores, o grupo foi ampliado no final do ano passado, com a intenção de criar uma frente. “A frente não é de partidos, não é uma coligação eleitoral. É uma frente mais ampla, que pretende incluir movimentos sociais, partidos, religiosos, intelectuais, setores progressistas, democráticos, populares, de esquerda”, explica.

Foi lançado um manifesto com uma série de objetivos e pontos em comum, que incluem a defesa dos direitos, da Petrobras, da democracia, da soberania e por reformas estruturais. Se não há consenso total em torno da possibilidade de um golpe, há um sentimento comum de ataque aos direitos e de uma ofensiva de pautas conservadoras.

“Diante deste cenário de crise econômica e política, o que fazer? Precisamos de respostas que não se atrelem a agenda de um partido político, governo ou agenda eleitoral, porque se nascer daí, já nasce morto. E cada um na sua organização não dará conta sozinho. Precisamos aglutinar forças, que dentro de uma pauta comum de defesa da classe trabalhadora. A Frente é um lugar que cabe todo mundo que se identifica com esta plataforma, é uma necessidade desta conjuntura”, avalia Beatriz Cerqueira, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais.

Articulação em Minas

A CUT foi sede da primeira reunião de construção da frente em Minas Gerais, na última semana. No estado, já havia um espaço de articulação de diferentes organizações sindicais e movimentos populares, chamado de “Quem luta educa”. “Diante da crise e ofensiva da direita, a gente viu a necessidade de ampliar essa articulação e trazer outras pessoas e grupos. Esse é um momento em que precisamos estar juntos e mobilizados. Assim é possível termos conquistas e não mais retrocessos”, coloca Priscila, do Levante Popular.

Gustavo Bones, diretor teatral e ativista da cultura, avalia que foi uma reunião importante de articulação entre diversos setores, mas que ainda é preciso crescer, para além de organizações setorizadas. “A gente só vai dar conta dessa união no campo local, na aldeia, nas micro relações, na relações diretas, com o Estado, com a militância, com a população”, destaca. Para ele, além de defender o mandato da presidenta e questões como o fundo social do pré-sal, é preciso reencantar as pessoas com a política. “Acho que a forma de fazer isso é a partir das cidades, de onde as pessoas moram”, defende.

Ainda estão em discussão os pontos de unidade entre os grupos e uma próxima reunião está marcada para dia 4 de agosto, em Belo Horizonte. “A Frente é um lugar que cabe todo mundo que se identifica com esta plataforma, é uma necessidade desta conjuntura”, convida Beatriz Cerqueira. Está previsto também a realização de um seminário nacional de lançamento da frente popular, para os dias 5 e 6 de setembro.

“Manifesto Brasil 2015”

Fruto da articulação de vários movimentos populares, sindicais e partidos políticos, que lançam “um apelo pela democracia e contra setores golpistas da oposição”, manifesto foi lançado em julho e ainda recebe adesões.

“Não aceitaremos a quebra da legalidade democrática, sob que pretexto for” diz o primeiro item do manifesto publicado em crítica às investidas feitas pela oposição ao governo. Entre os apoiadores estão a CUT, FUP, MST, UBES, parlamentares e assinaturas individuais.

No documento, batizado de Manifesto Brasil, as entidades afirmam ser necessária a defesa “dos direitos dos trabalhadores, da defesa da democracia, da soberania nacional, das reformas estruturais e populares e da integração latino-americana”.

A carta diz ainda que há “um consórcio entre forças políticas conservadoras, o oligopólio da mídia, setores do judiciário e da Polícia que trabalha para quebrar a legalidade democrática” e tece críticas ao conservadorismo, como a lei da terceirização e da redução da maioridade penal, a tentativa de emplacar o parlamentarismo, o monopólio de comunicação e a arbitrariedade do Poder Judiciário que, segundo o texto, não enfrenta uma supervisão popular como os outros poderes. 

Por fim, o manifesto se solidariza com o povo grego em sua luta por “soberania, democracia e bem-estar” e convoca o povo brasileiro a se manifestar e pressionar os setores governamentais pelos direitos da “verdadeira maioria” e pela democracia.

Confira a íntegra em: http://manifestobrasil2015.org

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