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Governador do Rio é o responsável pela ação mais letal do Brasil


É urgente repudiar 'megaoperação' que deixou mais de 100 mortos, dezenas de inocentes, entre eles 4 servidores públicos das forças policiais

Publicado: 31/10/2025
Escrito por: Condsef/Fenadsef

A Condsef/Fenadsef e suas entidades filiadas manifestam profundo repúdio e exigem uma investigação independente e federalizada sobre a desastrada megaoperação do governador Claudio Castro realizada nesta terça-feira, 28 de outubro, no Rio de Janeiro, que resultou em mais de 100 mortos, incluindo inocentes, entre eles, servidores públicos das forças policiais.

Esse episódio, que já se configura como a ação policial mais letal da história do Brasil, exige respostas urgentes. Somente uma investigação conduzida de forma independente e sob coordenação federal poderá oferecer às famílias atingidas e à sociedade brasileira a verdade e a justiça que esse horror demanda. Federalização dessa investigação é demanda urgente.

Responsabilidade e políticas de segurança

Para a Condsef/Fenadsef, é imprescindível responsabilizar o governador Cláudio Castro (PL) pela tragédia. Reiteramos que tráfico não se combate com tiros em favelas, mas com ações de inteligência e combate às estruturas financeiras que sustentam o crime organizado, muitas delas localizadas nos grandes centros econômicos do país, como a Faria Lima.

É preciso investir em serviços de inteligência e cooperação entre forças policiais nacionais e internacionais, a exemplo de operações eficazes que desarticulam o crime sem colocar em risco milhares de vidas inocentes e prejudicar a vida de milhões de pessoas.

Armas, política e responsabilidade

É necessário destacar que a política de armamentos adotada durante o governo Bolsonaro está diretamente relacionada à escalada da violência atual. Muitas das armas utilizadas por organizações criminosas foram adquiridas legalmente por meio de registros de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores), mecanismo que facilitou o desvio de armamento para o crime, conforme vem sendo comprovado por investigações oficiais.

 

Vidas Negras Importam

As vidas perdidas nesse massacre têm cor e endereço. São, em sua maioria, vidas negras e pobres, moradoras das favelas. A Condsef/Fenadsef recomenda a suas entidades filiadas integrar manifestações que estão sendo organizadas por movimentos negros. É importante aderir aos atos que serão convocados em todo o Brasil em repúdio à política genocida do governo do Rio de Janeiro. 

Essa posição está em consonância com as decisões congressuais da Confederação, que reafirmam a necessidade de fomentar o debate e buscar soluções estruturais para a segurança pública, entendida não como mero viés policialesco, mas como política social integrada.

Reforma Administrativa e valorização do serviço público

A tragédia também evidencia o quanto a luta contra a PEC 38/25 (reforma administrativa) é essencial. O Estado deve garantir segurança pública e valorização das carreiras de servidores das forças policiais, assegurando formação, capacitação e condições dignas de trabalho. É inaceitável que policiais recém-ingressos, com apenas 40 dias de corporação, como foi o caso de uma das vítimas da megaoperação, sejam enviados a operações de tamanha periculosidade. Tal irresponsabilidade precisa ser apurada e os responsáveis punidos.

Por uma segurança pública humanizada

As instituições policiais do país necessitam de reconstrução profunda, rompendo com a cultura do “atirar primeiro e perguntar depois”. Como lembrou resolução de nosso último congresso, “das 47.508 mortes em 2022, mais de 50% eram de jovens entre 12 e 29 anos”. O Brasil não tem pena de morte e não podemos normalizar execuções sumárias travestidas de operações policiais.

A Condsef/Fenadsef e suas filiadas prestam solidariedade às famílias atingidas — às do povo negro, em sua maioria morador das favelas, e também aos policiais, majoritariamente negros, que perderam suas vidas cumprindo o dever de ofício. Reafirmamos nossa solidariedade ao povo do Rio de Janeiro e exigimos investigação imediata e punição exemplar dos responsáveis por essa barbárie.



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