SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO

(81) 3131.6350 - [email protected]

Home | Notícias

Governo Bolsonaro insiste em projeto de desmonte do Brasil


Depois de manter uma política internacional para o preço dos combustíveis, prejudicando toda a população, o governo anuncia que pretende privatizar a Petrobras

Publicado: 13/05/2022


O presidente Jair Bolsonaro e seus aliados estão sedentos por concluir mais uma manobra visando o desmonte do estado brasileiro. Depois de manter a Política de Paridade Internacional (PPI) para o preço dos combustíveis, prejudicando toda a população e beneficiando investidores internacionais que lucraram mais de R$ 100 bilhões apenas em 2021, o governo anuncia que pretende privatizar a Petrobras, uma das maiores empresas petrolíferas do mundo.

“Primeiro eles adotaram a PPI e os preços dos combustíveis e gás de cozinha foram às alturas. Depois, Bolsonaro passou a acusar a Petrobras como se ele não pudesse mudar essa política. A história é a mesma que assistimos toda vez que um governo pensa em privatizar uma empresa estratégica para o país. Primeiro eles promovem o desmonte da empresa para dizer que ela dá prejuízo. Esse desmonte acaba prejudicando os serviços prestados por essa empresa junto à população. Desta forma, tentam conquistar o apoio da opinião pública para que possam privatizá-la com mais facilidade. Por último, encaminham um projeto de privatização para o Congresso Nacional”, comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. 

A Petrobras é uma das empresas mais lucrativas do mundo. Só em relação ao primeiro trimestre deste ano,  ela vai pagar mais de R$ 48,5 bilhões aos acionistas. Os resultados obtidos pela estatal superam os de gigantes do setor, como as norte-americanas Exxon Mobil e Chevron. A solução para a redução dos preços dos combustíveis não é trocar o presidente da empresa e privatizá-la.Muito pelo contrário, ao privatizar, os compradores poderão continuar aumentando os preços dos combustíveis sem nenhum controle do estado. 

Desde a sua fundação, em 1953, a Petrobras adotava uma política de preços baseada no mercado nacional. Mas em 2016, depois do golpe que tirou a ex-presidenta Dilma Rousseff da Presidência, a empresa passou a adotar a PPI, segundo a qual os preços de derivados de petróleo nas refinarias são formados a partir das cotações no mercado internacional. 

Em 2021, a gasolina foi reajustada 15 vezes e o diesel 12 vezes. Em 2022 tivemos mais aumentos, contribuindo para o descontrole da inflação e desaceleração de uma economia que conta com quase 16 milhões de pessoas desocupadas. O botijão de gás já supera R$ 100 e muitas famílias voltaram a cozinhar com lenha. 

Neste mês de maio foi anunciado um novo aumento do diesel. Um reajuste de 8,9% do preço do combustível que irá refletir no aumento do preço de diversos produtos comercializados no país como os alimentos e produtos básicos. O diesel é um insumo fundamental do setor de transportes, atividade essencial da cadeia produtiva de diversos setores da economia.  

Golpe contra o Brasil

Nos governos dos ex-presidentes Lula e Dilma, a Petrobras não era vista apenas como uma simples empresa, mas como peça central do desenvolvimento do país. E a descoberta do Pré-sal elevou a empresa a um patamar ainda mais alto, causando preocupação de empresas estrangeiras e do governo dos Estados Unidos da América. Documentos da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) vazados, em setembro de 2013 pelo ex-analista da agência Edward Snowden, indicaram que a Petrobras vinha sendo espionada pelos americanos. A NSA grampeou a ex-presidenta Dilma e mais 29 telefones de ministros, diplomatas e assessores do governo.

Naquele mesmo setembro de 2013, Dilma Rousseff sancionou a Lei que destinava 75% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para a educação, além de 25% dos royalties para a saúde. 

Anos depois, em 2016, o Brasil sofreria um golpe que teve como objetivo ajudar empresas e governos estrangeiros que queriam se apossar das riquezas nacionais e impedir que o país se transformasse em uma nação competitiva e com capacidade de influenciar a geopolítica global. Não foi por acaso, que autoridades norte-americanas ajudaram a Lava Jato a atacar a Petrobras e as empresas de engenharia brasileiras, um processo que resultou na perda de 4,4 milhões de empregos e de R$ 172 bilhões em investimentos. 

Um dos resultados do golpe é o aumento indiscriminado dos combustíveis e, agora, a proposta de privatização da Petrobras. “A Petrobras é uma empresa estatal brasileira. Portanto, deve utilizar seus lucros em defesa da sociedade. E não para irrigar a fortuna de poucos acionistas”, destacou José Carlos. 
 

« Voltar


Receba Nosso Informativo

X