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Ibama abandona servidor com suspeita de Covid em hotel isolado na Amazônia


O descaso com a vida humana e com os servidores públicos brasileiros, homens e mulheres que dão suas vidas para prestar atendimento a grande massa da população brasileira, extrapolou todos os limites por parte do governo Jair Bolsonaro

Publicado: 26/06/2020
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


O descaso com a vida humana e com os servidores públicos brasileiros, homens e mulheres que dão suas vidas para prestar atendimento a grande massa da população brasileira, extrapolou todos os limites por parte do governo Jair Bolsonaro. Segundo matéria do jornal Brasil de Fato, parceiro do Sindsep-PE, um servidor do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com sintomas da covid-19, está  impedido de sair de um hotel de beira de estrada no interior da Amazônia para procurar ajuda médica em uma cidade grande.

Segundo a reportagem, o servidor se encontra em Apuí, uma cidade com 21 mil habitantes, distante 12 horas de estrada de um centro médico com maior capacidade de atendimento, em Porto Velho (RO).
Segundo seus colegas de trabalho, o servidor começou a sentir febre e dor de cabeça na segunda-feira (25) e avisou a direção do instituto, em Brasília, que desconfiava ter contraído o coronavírus e precisava ser testado e tratado.

O servidor pediu autorização para ser levado por via aérea até um hospital da capital rondoniense, aproveitando que tinha um helicóptero do Ibama na cidade. O helicóptero estava sendo usado pelos trabalhadores em uma operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO). Mas a direção do Ibama, em Brasília, orientou a retirada da aeronave da cidade e disse não para o servidor.

A ordem é para que ele fique 14 dias isolado no hotel – que ele buscou por conta própria -, até que seja liberado para voltar para casa, em Fortaleza, no Ceará, longe a mais de 3 mil quilômetros.

"Esse tipo de atitude não surpreende, diante do negacionismo praticado pelo governo bolsonaro no combate à Covid-19. Além disso, é sabido que o ministro do Meio Ambiente não tolera o IBAMA, minando sua atuação no norte do país e facilitando a vida de madeireiros e exploradores criminosos da floresta amazônica. O genocídio, inclusive de servidores públicos, faz parte da ideologia desse governo.", comentou o diretor de Promoção e Cultura do Sindsep-PE e servidor do Ibama, Eduardo de Albuquerque. 

O descaso com a vida humana e os servidores públicos não fica apenas nesse exemplo. Em plena pandemia do coronavírus, enquanto todas as autoridades internacionais estão orientando o isolamento, o próprio Bolsonaro vem estimulando os brasileiros a saírem da quarentena. O presidente descuida da vida humana se dizendo preocupado com a economia. 

As medidas tomadas no Brasil, além de tardias, mostraram-se insuficientes. Por isso iremos viver uma pandemia mais longa do que as verificadas em outros países. Com isso, os efeitos econômicos negativos serão muito maiores. Estudos indicam uma queda na atividade econômica que será por volta dos 10% do Produto Interno Bruto (PIB), o que promoverá uma recessão enorme na economia. Ao mesmo tempo, haverá aumento de desemprego e redução de renda da população. Isso fará com que o ano de 2020 seja uma referência em termos do que não deveria ser feito para enfrentamento dessa pandemia. 

Enquanto isso, ao invés de promover políticas de aquecimento econômico, Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, continuam com a sua agenda neoliberal de achatamento salarial e retirada de dinheiro do bolso dos brasileiros. Vide os problemas enfrentados pelo Congresso Nacional para aprovar o auxílio emergencial de apenas 600 reais para uma família brasileira. 

Servidores 

Quanto aos servidores, depois de destratar a categoria por inúmeras vezes, Bolsonaro chantageou os governadores e prefeitos para que eles pressionassem os parlamentares a aprovar o congelamento de salários de todos os servidores e servidoras do país até dezembro de 2021. E menos de 15 dias após a lei que congela os salários entrar em vigor, o presidente voltou a pautar a redução de salários do funcionalismo. 

"Mas graças a articulação da Condsef/Fenadsef, do Sindsep-PE e de outros sindicatos filiados a Confederação, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou a redução de salários como inconstitucional, no último dia 24 de junho", destacou o diretor de Imprensa do Sindsep-PE e diretor da CUT-PE, Fernando Lima. 
 

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