Impactos das tecnologias no mercado de trabalho é tema de debate

O Sindsep-PE e o Dieese promoveram um debate, nesta quinta-feira (04), com o tema “Os impactos das tecnologias no mundo do trabalho”. A palestra foi realizada pelo pesquisador, sociólogo e diretor técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio (foto).

O diretor do Dieese abordou as mudanças que serão advindas da quarta revolução industrial conhecida como a Indústria 4.0, onde os postos de trabalho estão deixando de ser ocupados por homens que vêm sendo substituídos por máquinas diante do avanço tecnológico. 

Também foi debatido como os sindicatos e os trabalhadores terão de se adequar a essa nova mudança que trará consequências profundas no movimento sindical no Brasil e no mundo. Para Clemente, a velocidade da mudança será muito mais rápida do que o propagado. Com isso, trabalhadores irão precisar criar novas formas de atuação no mercado e os sindicatos terão que rever suas pautas de modo a atender as novas demandas que surgirão.  
Ganz Lúcio citou a função de telemarketing como exemplo da substituição de homens por máquinas no mercado de trabalho. “Podemos falar do atendente virtual de um banco, por exemplo. O cliente do banco recebe uma ligação e uma máquina começa a falar do outro lado. Sempre com muita educação. Muitas vezes é mais cordial que muitas pessoas. Além disso, o custo para a empresa de uma máquina como essa é de cerca de R$ 250,00. Já um operador de telemarketing com o salário, mais os encargos custa cerca de R$ 5 mil. Isso não significa que não haverá mais empregos, porém o trabalhador em alguns serviços já vêm sendo substituídos por máquinas”, destacou.

Mas Clemente Ganz Lúcio vai ainda mais além. Segundo o pesquisador, já estamos ingressando na 5° revolução industrial, onde as máquinas já conseguem identificar os sentimentos humanos. “A atividade laboral será comandada por uma máquina. O trabalhador dará assistência a essas máquinas. Elas identificarão sentimentos. Ocorrerá uma intervenção da indústria em todas as atividades”, enfatizou. 

Por isso, a necessidade do movimento sindical se reinventar. Para Clemente, é fundamental que os atuais dirigentes sindicais procurem os trabalhadores mais jovens e os convençam a ingressar nos sindicatos. “Porque apenas esses trabalhadores, que estão construindo esse novo mercado de trabalho, saberão o que será melhor para eles. O mercado de trabalho sofrerá alterações, mas eles terão necessidades tão importantes quanto as nossas como locais adequados de trabalho e bons salários”, concluiu.