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Inflação descontrolada, salários congelados e trabalhadores nas ruas


No Recife, acontecerá um ato político cultural, às 15h, no parque 13 de Maio, em frente a Faculdade de Direito do Recife

Publicado: 28/04/2022


A inflação brasileira só piora. No caminho do retrocesso, voltamos à década de 90. Um recuo de quase 30 anos, com descontrole inflacionário, dólar nas alturas, desemprego desenfreado e fome. Muita fome. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) – considerado uma prévia da inflação oficial do país – ficou em 1,73% em abril. Essa é a maior taxa para o mês desde 1995, quando ficou em 1,95%. 

Em 12 meses, o IPCA-15 acumulou uma alta de 12,03%, acima dos 10,79% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. E a política de dolarização dos preços dos combustíveis, adotada pelo governo Bolsonaro, é a principal causa do aumento desenfreado da inflação. A gasolina sofreu um aumento de 7,51%, passando a ser a principal responsável pela alta inflacionária no mês. Houve altas acentuadas também do diesel (13,11%), do etanol (6,6%) e do gás veicular (2,28%), levando a alta dos transportes a 3,43% na prévia do mês.

Os alimentos também estão cada vez mais caros. Encher o carrinho do mercado está cada vez mais difícil. Apenas em um mês, os preços dos alimentos e bebidas avançaram 2,25%. Entre as maiores altas estão o tomate (26,17%), o leite longa vida (12,21%), a cenoura (15,02%), o óleo de soja (11,47%) e a batata-inglesa (9,86%). Cozinhar alimentos também não tem sido fácil. O gás de botijão ficou em média 8,09% mais caro, enquanto o gás encanado subiu 3,31%. 

E o salário ó!  

Enquanto os preços de todos os produtos sobem, os salários dos trabalhadores brasileiros continuam congelados. Os servidores federais acumulam perdas de até 40%. São cinco anos sem reposição inflacionária para a grande maioria dos trabalhadores. A categoria está mobilizada por uma reposição de apenas 19,99%, correspondente à inflação de três anos do governo Bolsonaro. Mas o governo se nega a negociar. 

Desde janeiro que os trabalhadores tentam abrir uma negociação em torno da recomposição salarial de 19,99% para todos e todas, cancelamento da PEC 32 e revogação da Emenda Constitucional 95. Mas o presidente e seus aliados só dialogam por meio de informações desencontradas plantadas nos meios de comunicação. 

Primeiro, Bolsonaro anunciou que concederia a reposição apenas para servidores da área da segurança. Em seguida, afirmou que não concederia reajuste a ninguém. Recentemente, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu o reajuste linear de 5%, alegando que a alternativa seria “eleitoralmente factível”. Em seguida, integrantes do governo afirmaram que nada estaria certo. 

Diante do desprezo com que o governo trata os servidores, a categoria passou a se mobilizar em atos de rua, reuniões no Congresso e postagens nas redes sociais. E Bolsonaro só não promove uma reposição inflacionária de 19,99% se não quiser. O governo destinou R$ 37,6 bilhões para emendas parlamentares na Lei Orçamentária 2022, dos quais R$ 16,5 bilhões são do "orçamento secreto". Também foi reservado R$ 2 trilhões para pagar os juros da dívida pública. 

1º de Maio

Para além das mobilizações relacionadas a campanha salarial, os servidores deverão ir às ruas no próximo Dia Internacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras, que terá como tema: Emprego, direitos, democracia e vida. 

O ato em São Paulo será realizado na Praça Charles Miller, no Pacaembu, a partir das 10h. Contará com a fala dos presidentes das centrais, do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de políticos de esquerda e shows de Daniela Mercury, Leci Brandão, Francisco, El Hombre, Dexter e DJ KL Jay. No Recife, acontecerá um ato político cultural, às 15h, no parque 13 de Maio, em frente a Faculdade de Direito do Recife.

"É importante que todos os servidores federais participem deste momento que é uma das maiores mobilizações dos trabalhadores e acontecerá em um ano eleitoral decisivo para a classe trabalhadora. Ou tiramos Bolsonaro do poder, ou ele continuará massacrando a classe trabalhadora", comentou o coordenador-geral do Sindsep-PE, José Carlos de Oliveira. 
 

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