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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 24/10/2025
Escrito por: Brasil de Fato
O patrimônio cultural imaterial do Brasil agora pode ser acessado em um único espaço digital. Essa é a proposta da nova plataforma Bem Brasileiro, criada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O acervo reúne mais de 2 mil itens, entre fotos, vídeos, documentos e publicações, que registram todos os bens imateriais reconhecidos pelo Iphan como Patrimônio Cultural do Brasil desde a criação dessa categoria, há 25 anos.
Desenvolvida pelo Iphan em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) e o Laboratório de Inteligência de Redes da Faculdade de Ciências da Informação da Universidade de Brasília (FCI/UnB), a plataforma facilita o acesso a informações relacionadas ao Patrimônio Imaterial do País.
Estão lá desde os pedidos de registro e pareceres elaborados no processo de reconhecimento de um bem cultural até as ações de monitoramento e salvaguarda que o Iphan desenvolve após esse reconhecimento, como parte da sua missão de proteger e promover o patrimônio cultural brasileiro. Tudo com interface intuitiva e linguagem simples, acessível para qualquer pessoa interessada no tema.
“A plataforma vai facilitar o engajamento dos cidadãos na salvaguarda e preservação das tradições de suas comunidades. Isso pode dinamizar muito a promoção do nosso patrimônio, que é uma riqueza nossa”, afirma o presidente do Iphan, Leandro Grass.
O desenvolvimento da plataforma traz reflexões sobre novas tecnologias e a importância da transparência de dados na relação entre o Estado e o cidadão.
“A gama de usuários do Bem Brasileiro é grande e inclui pesquisadores, quem precisa de acompanhamento de processos em andamento, estudantes e os próprios detentores do Patrimônio Imaterial, que passaram a buscar muito por informações diversas e ali conseguem se ver”, comenta o diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial do Iphan, Deyvesson Gusmão.
Já a assessora de comunicação da Reitoria da Universidade de Brasília (UnB), Daniela Fávaro, ressalta o orgulho da instituição em participar do projeto. “A UnB se orgulha de participar desta plataforma que expressa um diálogo entre a cultura, a academia e o cidadão. É a possibilidade de cruzar dados que fortalece as políticas públicas”, disse a assessora. “[A nova plataforma] é herança e futuro ao mesmo tempo.”
Com diversas opções de filtro de busca, a plataforma Bem Brasileiro permite ao usuário fazer pesquisas específicas por estados, datas de registro, temas (tais como “cultura alimentar”, “catolicismo popular” ou “povos de terreiro e de matriz africana”) ou por Livros de Registro – os arquivos oficiais nos quais o Iphan inscreve um bem de natureza imaterial como Patrimônio Cultural. São quatro arquivos: o Livro dos Saberes; o das Celebrações; o das Formas de Expressão; e o dos Lugares.
Também ficou fácil cruzar buscas sobre bens que compartilham atributos em comum. Em poucos cliques, por exemplo, uma pesquisa sobre a Cachoeira do Iauaretê – lugar sagrado dos povos dos rios Uaupés e Papuri – pode levar a outros bens registrados no estado do Amazonas, ou relativos a povos indígenas, ou que também estejam inscritos no Livro dos Lugares, como a Feira de Caruaru (PE) e a Feira de Campina Grande (PB).
A plataforma ainda traz uma relação de agentes dedicados aos bens que constituem o Patrimônio Imaterial nos diversos territórios do país, como mestres, grupos culturais e organizações parceiras do Iphan na preservação e promoção desse patrimônio, com seus respectivos meios de contato. “Queremos sempre frisar que a salvaguarda do patrimônio imaterial é uma responsabilidade compartilhada por todas as esferas do poder público e pela sociedade civil”, diz Gusmão.
Para o presidente, a plataforma tem potencial para ser ainda mais relevante à medida que integrar outros repositórios do instituto, como listas de bens materiais tombados ou de sítios arqueológicos cadastrados no país.
“O Patrimônio Imaterial é o primeiro passo de um projeto mais amplo, de promoção de todo o Patrimônio Cultural Brasileiro nas suas diversas tipologias”, diz Grass. “Patrimônio é tudo aquilo que conta quem nós somos como povo, seja uma igreja histórica, um terreiro, um sítio arqueológico ou o saber de uma comunidade tradicional. Enfim, tudo que é Bem Brasileiro.”