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Lembrar o Dia da Consciência negra é fundamental na busca por igualdade de direitos


Apesar de serem mais da metade da população brasileira (55,7%), os negros (pretos e pardos) são apenas 35,09% dos servidores públicos ativos do executivo federal

Publicado: 20/11/2023




Apesar de serem mais da metade da população brasileira (56,2%), os negros (pretos e pardos) são apenas 36% dos servidores públicos ativos do executivo federal. Isso de acordo com dados do Observatório de Pessoal, mantido pelo governo.

Diante deste cenário, torna-se cada vez mais importante lembrarmos do Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, e do quanto os negros foram fundamentais para a construção do Brasil. O Dia foi instituído em 10 de novembro de 2011, durante o governo Dilma Rousseff. A data faz referência à morte de Zumbi, o então líder do Quilombo dos Palmares – situado entre os estados de Alagoas e Pernambuco, na Região Nordeste do Brasil.

Zumbi nasceu na Serra da Barriga (AL), que na época pertencia a capitania de Pernambuco. Ele foi morto, em 20 de novembro de 1695, por bandeirantes liderados por Domingos Jorge Velho. A data de sua morte motivou membros do Movimento Negro Unificado contra a Discriminação Racial, em um congresso realizado em São Paulo, no ano de 1978, a elegerem a figura de Zumbi como um símbolo da luta e resistência dos negros escravizados no Brasil, bem como da luta por direitos que os afro-brasileiros reivindicam. Com isso, o 20 de novembro tornou-se a data para celebrar e relembrar a luta dos negros contra a opressão no Brasil.

A disparidade entre negros e brancos só não é pior graças a Lei de Cotas, que reserva 20% das vagas em concursos públicos da União para pretos e pardos. Segundo um levantamento feito pela organização não governamental (ONG) República.org, dedicada a melhorar a gestão de pessoas no serviço público, em 2000, para cada 100 novos servidores do executivo federal, apenas 17 eram negros. Em 2020, essa relação saltou para 43 em 100 novos aprovados. 

O levantamento mostra ainda que, em 2020, apenas 35 dos 240 cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior) de nível 6, o mais elevado na hierarquia do Executivo Federal, eram ocupados por pessoas negras.

Além de um número reduzido no serviço público, os negros também recebem salários menores. E se for levada em consideração a desigualdade de gênero, a situação piora. Também segundo a República.org, o rendimento médio dos homens brancos é de R$ 8.774,20 por mês, enquanto as mulheres negras recebem uma média de R$ 5.815,50, representando uma diferença salarial de 33%. 

Por isso, a luta por igualdade de direitos deve ser permanente. “Para além do mês de novembro, a nossa luta é contínua e pautada em aprovar políticas afirmativas de inclusão através da igualdade de oportunidades, uma vez que, mesmo após a abolição, muitos direitos continuaram sendo usurpados do povo negro. Não é natural que pessoas negras recebam salários inferiores, não é natural que pessoas negras ocupem menos cargos públicos, não é natural que a maioria dos cargos de chefias sejam ocupados por homens  brancos, não é natural que a maioria dos desempregados sejam pessoas negras, não é natural que 68% das pessoas encarceradas sejam negras. Esses dados tem uma raiz. O racismo estrutural. O racismo pauta as relações de trabalho e as relações sociais, nossa luta é para romper com essa estrutura. Arrancar essa raiz e plantar novas árvores”, comentou a diretora do Sindsep-PE, Gislaine Fernandes, que também gravou o vídeo acima e AQUI.

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