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Lula reforça apoio da União aos estados no combate ao crime e defende integração das forças de segurança


Em entrevista a jornalistas estrangeiros, presidente voltou a defender a PEC da Segurança Pública

Publicado: 06/11/2025

Do GGN

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou, nesta terça-feira (4), o compromisso do governo federal em apoiar estados no enfrentamento ao crime organizado. Durante entrevista coletiva concedida a jornalistas estrangeiros, na Base Naval de Val de Cães, em Belém (PA), Lula destacou que o Brasil vem reforçando os investimentos em segurança pública, especialmente nas regiões de fronteira e na capital paraense, com foco em ações de inteligência policial.

“Precisamos investir mais na inteligência das polícias para combater o crime”, afirmou o presidente. “Em São Paulo, por exemplo, a Polícia Federal descobriu uma fábrica que produzia mais de 3 mil rifles. Diziam que era contrabando, mas eram feitos aqui mesmo. Parte dela foi desmontada em São Paulo e Minas Gerais, e o armamento era fornecido para o Rio de Janeiro.”

Segundo Lula, o governo já obteve resultados expressivos desde o início da atual gestão, com diversas prisões e desarticulação de esquemas criminosos. “Nesse pouco tempo em que estamos no governo, do ponto de vista de ataque ao crime organizado, já fizemos muita coisa. Foram muitas prisões e muitas práticas que já conseguimos destruir neste país. Isso se a polícia tiver os incentivos necessários”, destacou.

O presidente afirmou que o objetivo é “quebrar a espinha dorsal do tráfico e das facções criminosas”, com mais integração entre os órgãos e foco nos líderes que financiam as organizações.

COP 30

Lula também destacou as ações voltadas à segurança da COP 30, que será realizada em Belém em 2025. O evento reunirá chefes de Estado, cientistas, organizações internacionais e representantes da sociedade civil para debater as mudanças climáticas.

Entre as medidas de segurança, o governo inaugurou o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI Amazônia), em Manaus (AM). O espaço, coordenado pela Polícia Federal, reúne agentes de países da América do Sul, estados brasileiros da Amazônia Legal e representantes da Interpol, funcionando como ponto estratégico de troca de informações e coordenação no combate ao narcotráfico e ao crime organizado.

Lula ressaltou que o centro, em operação desde setembro, representa um modelo de integração internacional no enfrentamento de crimes transnacionais.

Além disso, o presidente confirmou a assinatura do decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), a pedido do governador do Pará, Helder Barbalho, autorizando o emprego das Forças Armadas entre 2 e 23 de novembro de 2025. A medida visa garantir a segurança das delegações estrangeiras e autoridades que participarão do evento.

As ações se estendem também aos municípios de Altamira e Tucuruí, com foco na proteção de infraestruturas críticas, como hidrelétricas, portos, aeroportos e vias de acesso. As Forças Armadas atuarão em conjunto com as polícias federal, estadual e municipal, em coordenação para assegurar a ordem pública e o bom andamento da conferência.

PEC da Segurança Pública

Lula voltou a defender a PEC da Segurança Pública, enviada pelo governo ao Congresso Nacional. A proposta busca integrar as esferas federal, estadual e municipal de segurança, garantir financiamento estável e padronizar a coleta de dados.

“Precisamos definir como é que o Estado brasileiro, como é que a União pode participar junto com os estados sem interferir na autonomia deles. Tem sempre a celeuma de que a União não pode se meter porque vai ferir a autonomia do estado. Então, queremos saber como a União pode participar do combate ao crime organizado sem interferir nas polícias estaduais. Por isso, mandamos uma PEC ao Congresso que, possivelmente, será votada ainda nesta semana. Quando aprovada, a gente vai ter mais facilidade”, explicou.

O presidente também lembrou a aprovação do Projeto de Lei Antifacção Criminosa, que endurece as penas contra integrantes de organizações criminosas, cria um banco nacional de dados e prevê até 12 anos de prisão por conspiração e obstrução de ações policiais.

“Estamos trabalhando de forma muito forte para que a sociedade possa viver em paz e com muita tranquilidade”, afirmou.

América do Sul

Durante a entrevista, Lula também abordou a tensão entre países da América do Sul e os Estados Unidos, defendendo o diálogo e a preservação da paz na região.

Ele mencionou que a próxima reunião da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia (UE), em Santa Marta, na Colômbia, deve servir de palco para discutir a presença de navios de guerra norte-americanos em mares latino-americanos.

“A América Latina é uma zona de paz. Aqui não proliferam armas nucleares. No caso do Brasil, é constitucional e eu tenho orgulho de ter sido constituinte e ter votado para que não houvesse proliferação de armas atômicas e nucleares no Brasil. Somos uma zona de paz, não precisamos de guerra aqui. O problema que existe na Venezuela é um problema político que deve ser resolvido na política”, afirmou Lula.

O presidente disse ainda ter sugerido aos EUA a criação de um “Grupo de Amigos da Venezuela”, inspirado em iniciativa semelhante de 2003, para mediar conflitos e evitar o isolamento do país.



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