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Mais da metade dos servidores da Fundaj poderão se aposentar em janeiro de 2020


Hoje, dos 215 trabalhadores do quadro, 110 já se encontram aposentados e se mantém na ativa recebendo o abono de permanência, que está na mira do governo Bolsonaro

Publicado: 04/12/2019


Em janeiro do ano que vem mais 45 servidores da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) vão completar os requisitos necessários e estarão aptos a se aposentar. Hoje, dos 215 trabalhadores do quadro, 110 já se encontram nessa situação e se mantém na ativa recebendo o abono de permanência, que é uma gratificação que repõe o valor pago a título de previdência, ou seja, 11% do salário. A rubrica está na mira do governo Bolsonaro, que ameaça extingui-la em uma possível reforma administrativa. “A situação é grave. Ano que vem, mais da metade dos servidores poderão se aposentar. Isso pode ser o fim da Fundaj”, alerta o diretor do Sindsep-PE, Jaime Vieira.

No último dia 19, servidores da Fundação junto a outros da Carreira de Ciência e Tecnologia (C&T) se reuniram em Brasília com o ministro da pasta, Marcos Pontes. O gestor foi irredutível afirmando que não tem verba para o órgão.

“A Fundaj precisa urgente de um concurso para pelo menos 250 vagas”, estima o diretor do Sindsep. Jaime conta que atualmente a fundação está majoritariamente composta por terceirizados, com uma rotatividade muito grande.
Além do ministro, os servidores da Fundaj se reuniram no mês passado com o coordenador de Formação do órgão, Mário Hélio. “O discurso é que a situação vai melhorar. Melhorar como sem dinheiro?”, questiona Jaime Vieira. Para ele, o sucateamento da Fundação é um reflexo da Emenda do teto de gastos do serviço público, que diminuiu drasticamente investimentos no setor.

Jaime Vieira esclarece também que as recentes reformas ocorridas na Fundaj foram obras autorizadas nos governos Lula e Dilma e que, no momento, o órgão precisa adquirir equipamentos, a exemplo dos necessários para fazer microfilmagem de livros, porque os que possui estão quebrados.  Sem a aquisição de novo maquinário, acaba contratando uma empresa privada para fazer o serviço, pagando muito mais por isso.

Só promessas

Desde que assumiu a Fundaj, em setembro deste ano, Antônio Campos promete fortalecer o órgão. O discurso é um, mas a prática é outra. O gestor está loteando a Fundação com a nomeação de pessoas jovens, sem ligação com o órgão e sem experiência para cargos importantes. 

O também diretor do Sindsep-PE, Jemuel Nunes, critica a rotatividade da Fundaj: “Se um pesquisador entrar hoje no órgão ele vai levar mais ou menos 3 anos para tomar pé da situação. Não se forma do dia para a noite”. Lembrando que o último concurso para pesquisador foi em 2013. “A Fundaj é o único órgão que faz pesquisa do comportamento humano do povo nordestino”, disse Jemuel Nunes ao se lembrar da frase do pesquisador Gilberto Conde, além de promoção cultural e cursos de pós-graduação em Lato Sensu e Stricto Sensu.
 

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