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‘Não queremos uma guerra no Caribe’, diz Maduro após ameaça de invasão terrestre por Trump


EUA autorizam presença da CIA em território venezuelano; para analistas, ameaça faz parte da escalada retórica de Trump

Publicado: 17/10/2025

Em setembro, Maduro criou o Conselho Nacional de Soberania e Paz, após a chegada dos primeiros navios dos EUA no Mar do Caribe - Foto: AFP - Presidência da Venezuela/Zurimar Campos

Do Brasil de Fato

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse, na noite desta quarta-feira (15), que os venezuelanos querem paz, após o presidente estadunidense Donald Trump anunciar que considera realizar ataques terrestres contra o que ele chama de “cartéis” do país. Na prática, o governo dos EUA autoriza a CIA a conduzir ações letais na Venezuela contra governo Maduro.

“Não queremos uma guerra no Caribe”, disse Maduro em uma transmissão ao vivo pela teleSur da reunião do Conselho Nacional de Soberania e Paz, instalado em setembro, após os Estados Unidos deslocarem navios e aviões de guerra no Caribe, em frente às águas venezuelanas.

“Ante a escalada de guerra psicológica diária, de ameaças, de notícias, de declarações, de vídeos, há uma grande vacina, vacina de todos os venezuelanos: o nosso Conselho Nacional de Soberania e Paz”, declarou o presidente da Venezuela.

Maduro disse ainda que as ameaças são “uma covardia que vem de Miami” e lembrou dos golpes militares no Chile e Argentina, que tiveram ajuda da CIA. “Não aos golpes de Estado promovidos pela CIA”, acrescentou.

O presidente venezuelano declarou que é preciso mostrar à opinião pública dos EUA as mentiras propagadas pelo governo de Trump. “Not war, just peace. É assim que se diz?”, ironizou.

Maduro encerrou seu discurso repetindo a mensagem: “Defendamos a paz, ganhemos a paz, preservemos a paz”.

Apesar do discurso, no mesmo dia, Maduro ordenou exercícios militares nas maiores comunidades do país. Sobre a ação, o presidente havia afirmado mais cedo que a mobilização busca “defender montanhas, costas, escolas, hospitais, fábricas, mercados” e comunidades “para continuar alcançando a paz”.

Escalada retórica de ameaças

As primeiras notícias sobre novas ações dos Estados Unidos contra a Venezuela foram publicadas primeiramente pelo jornal The New York Times, que informou que Trump autorizou a CIA a realizar ações secretas na Venezuela. Mais tarde, Trump confirmou a informação.

Para o cientista político Éder Peña, do Instituto Venezuelano de Pesquisas Científicas (IVIC), a mensagem é mais ou menos a mesma que vem rodando nas últimas semanas com a presença dos navios estadunidenses em mares do Caribe. “É como manter o tema no topo”, disse Peña.

A intenção, segundo sua análise, é trazer e manter informações inverídicas, como, por exemplo, a da presença de cartéis do narcotráfico na Venezuela.

“É mais um passo na escalada de ameaças, mas, na verdade, a CIA nunca deixou de organizar ações subversivas contra os países ‘inimigos’ dos EUA”, destaca o analista político do portal Venezuela Analysis, Ricardo Vaz.

Vaz lembra que a notícia, difundida pelo The New York Times, “sempre disponível para ajudar na política exterior norte-americana”, coincidiu com informações de dois bombardeiros no Mar Caribe, próximo à Venezuela.

Na opinião do analista, não há capacidade suficiente mobilizada para uma invasão terrestre dos EUA, mas a tendência é um aumento das ameaças e provocações. “As mensagens da Casa Branca se mantêm ambíguas, repetindo apenas estas acusações falsas de narcoterrorismo”.



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