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O Brasil está sendo atacado! E os inimigos do país estão no poder


O desaparecimento do servidor da Funai e indigenista, Bruno Araújo Pereira, e do jornalista Dom Phillips, é um exemplo do clima de guerra na região da Amazônia

Publicado: 09/06/2022


A Amazônia e todo o ecossistema brasileiro estão em guerra e os maiores ataques estão partindo do governo Bolsonaro e de seus aliados no Congresso Nacional. O ódio que Bolsonaro sente pelos índios e pelos demais defensores do meio ambiente está relacionado diretamente à vontade que o presidente tem de ver as florestas, chapadas e pantanais brasileiros sendo queimados e devastados para que os garimpeiros, madeireiros e o agronegócio possam atuar sem respeito à Lei. Por isso, as leis ambientais estão sendo flexibilizadas ao máximo no atual governo e os órgãos ambientais pararam de aplicar multas a quem as desobedece.     

Entre as alterações pretendidas pelo governo Bolsonaro estão o PL 191, que quer autorizar o garimpo em terras indígenas; o PL 6299, apelidado de Pacote do Veneno, que facilita ainda mais o uso de agrotóxicos no Brasil; e o PL 490, o do Marco Temporal, que visa dificultar a demarcação de terras indígenas. Veja vídeo denunciando o 'bombardeio' na Amazônia AQUI

Já aprovado na Câmara, o PL 6299 voltou ao Senado, agora sob o número PL 1459. A proposta retira poderes do Ibama e da Anvisa e flexibiliza regras de aprovação e uso de agrotóxicos. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), encaminhou o projeto para ser analisado apenas na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), controlada pela bancada ruralista. Caso seja aprovado na CRA, o projeto pode ir direto para a sanção presidencial sem passar pela votação no plenário. 

Onde estão Bruno Pereira e Dom Philips?

O estímulo à devastação do meio ambiente tem sido responsável pelo aumento de conflitos em toda a região da Amazônia, no Pantanal, chapadas e demais ecossistemas brasileiros. 

O desaparecimento do servidor da Funai e indigenista, Bruno Araújo Pereira, e do jornalista Dom Phillips, é um exemplo do clima de guerra na região. Garimpeiros e madeireiros ilegais, além de grileiros de terras estão invadindo a Amazônia e atuando em terras indígenas, poluindo rios, estuprando e assassinando indígenas.

"A Amazônia virou uma terra de ninguém. E os servidores da área ambiental que tentam atuar contra os desmandos que ocorrem lá e nas mais diversas regiões do país são simplesmente afastados. Não querem que façamos o nosso trabalho", comentou o diretor do Sindsep-PE e servidor do Ibama, Eduardo Albuquerque. 

Uma das primeiras medidas de Bolsonaro, no início de seu governo, foi exonerar Bruno Pereira da chefia da Coordenação Geral de Índios Isolados e Recém Contatados, em 2019. Após o ato, o indigenista que é servidor de carreira decidiu tirar licença do órgão. 

O servidor foi retirado do cargo após coordenar uma operação que expulsou centenas de garimpeiros da Terra Indígena Yanomami, em Roraima. A operação foi responsável pela destruição de equipamentos dos garimpeiros e apreensão de um helicóptero. Na época, servidores da Funai informaram que houve pressão de setores ruralistas ligados ao governo para que Bruno deixasse a coordenação de índios isolados.

"O que aconteceu com Bruno vem acontecendo com todo e qualquer servidor que tente realizar o seu trabalho de defesa ambiental", destacou Eduardo Albuquerque. 

Contratando aliados 

No lugar dos servidores de carreira, o governo tem contratado pessoas aliadas aos seus interesses para ocupar cargos comissionados. Uma verdadeira explosão de contratação de servidores temporários nas autarquias do Ministério do Meio Ambiente tem ocorrido sob o governo Bolsonaro.

Uma análise feita pela República.org mostra que desde o começo deste governo houve um salto de 564% no total de servidores temporários contratados para o Ibama, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O número saltou de 396, em 2019, para 2.630, em 2022. 

Greve na Funai

Os servidores e as servidoras da Funai deliberaram por iniciar estado de greve a partir dessa quarta-feira (08) e deflagrar movimento grevista por 24 horas, com início na próxima segunda-feira (13). A decisão, tomada durante reunião em Brasília, ocorreu devido à gravidade da situação na região e ao desaparecimento de Bruno Pereira e de Dom Phillips. Os dois desapareceram no último dia 5 de junho, na região do Vale do Javari, especificamente entre a comunidade ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no rio Itaquaí (afluente do rio Javari), no estado do Amazonas.
 

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