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O dia D e a hora H do impeachment de Bolsonaro podem estar próximos


A forma desastrosa com que o presidente está enfrentando a pandemia do novo coronavírus fez com que fosse retomado o debate a respeito do melhor momento para o seu afastamento

Publicado: 13/01/2021
Escrito por: Ascom Sindsep-PE


Enquanto os brasileiros assistem a vacinação contra a Covid-19 chegar, a cada dia que se passa, em um novo país do mundo, o governo Jair Bolsonaro continua patinando no assunto. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou, na última segunda-feira (11), que a vacinação no Brasil ocorreria no dia D e na hora H, deixando claro que o governo ainda não preparou um plano de vacinação em massa para a população. Depois de sua fala, o ministro foi alvo de piadas em todo o país, apesar da seriedade do assunto. O Brasil atingiu neste mês de janeiro a marca de mais de 200 mil mortes provocadas pela pandemia. 

Depois da declaração de Pazuello, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação da Saúde, Mayra Pinheiro, encaminhou um ofício à secretaria municipal de Saúde de Manaus, orientando o uso da cloroquina contra o coronavírus. Secretários estaduais de Saúde repudiaram a pressão pelo uso do medicamento e taxaram o documento como "esdrúxulo", "loucura" e "perversidade". Isso porque existem estudos internacionais que concluíram  que a cloroquina não tem nenhuma eficácia contra o coronavírus. 

Um dos crimes de responsabilidade de Bolsonaro foi justamente solicitar o aumento da produção do medicamento por parte do Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército brasileiro. No ano passado, o laboratório gastou mais de R$ 1,5 milhão para ampliar, em 100 vezes, a produção de cloroquina. Como o medicamento não tem eficácia contra a Covid-19, ele está estocado e sem uso.  

Em relatório mundial divulgado nessa quarta-feira (13), a ONG internacional Human Rights Watch destacou que Bolsonaro sabotou diversas medidas contra a Covid-19, além de incentivar a violência e as queimadas no país. Segundo o relatório, "o presidente Bolsonaro minimizou a Covid-19, a qual chamou de 'gripezinha'; recusou-se a adotar medidas para proteger a si mesmo e as pessoas ao seu redor; disseminou informações equivocadas; e tentou impedir os governos estaduais de imporem medidas de distanciamento social", diz o texto. 

Para além disso, o presidente também desacredita o uso de vacinas, apesar de receitar a cloroquina para o povo brasileiro. Bolsonaro e seus apoiadores são contrários, por exemplo, à vacina produzida pelo Instituto Butantan e pela chinesa Sinovac. O presidente nega a eficácia da Coronavac porque ela está sendo produzida por um instituto ligado ao governo de São Paulo, cujo o governador, João Dória, poderá ser seu concorrente nas próximas eleições presidenciais. Mas os testes comprovaram que, ao tomar a Coronavac, a pessoa tem 50,38% de chance de não pegar a Covid-19, 78% de chance de não precisar de atendimento médico e 100% de chances de não precisar ser hospitalizado ou ir para a UTI.  

Além de atrasar a vacinação no Brasil, o governo Bolsonaro não quer deixar que nenhum estado brasileiro inicie a vacinação. O secretário executivo do ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que São Paulo não poderá iniciar a vacinação quando quiser. "Toda vacina deverá obedecer ao Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde". Mas que plano?! O plano do dia D e da hora H? 

Impeachment

A forma desastrosa com que Bolsonaro está enfrentando a pandemia do novo coronavírus fez com que fosse retomado o debate em torno do dia D e da hora H do seu impeachment. O afastamento do presidente é assunto tratado nas reuniões que discutem as eleições das mesas da Câmara Federal e do Senado. Analistas afirmam que Bolsonaro pode ser destituído num processo rápido e cirúrgico. O atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já disse que deixará a cargo do próximo presidente a decisão sobre a abertura de um processo de afastamento. A OAB já debate o tema e pode ser a entidade a desencadear este processo.

“O Brasil não pode mais ficar refém de Bolsonaro. Nem ele, nem Paulo Guedes, nem os demais integrantes deste governo dispõem de condições mínimas para enfrentar a grave crise sanitária, econômica, social e política pela qual o Brasil está passando. Estamos em uma escalada do aumento do desemprego e da inflação, sem rede de proteção social, sem projeto que aponte uma saída para a crise, grandes indústrias e investidores internacionais estão deixando o país, o dólar chegou a mais de R$ 5,50 e o governo não irá mais conceder o Auxílio Emergencial. Ou seja, sob este governo, teremos o caos no país”, comentou o diretor do Sindsep e da CUT-PE, Fernando Lima. 
 

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