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'O mundo tenta combater fake news, mas sem saber como', diz Rosa Weber


Ministra do TSE volta a reconhecer falhas no combate à divulgação de notícias falsas, apontadas como grande responsável pela vitória de Jair Bolsonaro. Balanço indica que votações transcorreram com normalidade

Publicado: 29/10/2018

A presidenta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Rosa Weber, afirmou nesse domingo (28) que a Corte fez "tudo o que estava a seu alcance" para coibir a disseminação e a predominância de fake news contra a candidatura de Fernando Haddad e o PT durante a campanha eleitoral das eleições de 2018. A ministra voltou a admitir a incapacidade do Tribunal para lidar com o problema – mesmo tendo instalado um comitê gestor para fiscalizar este tipo de conteúdo com fins eleitorais – e, mais uma vez, disse que estava disposta a receber sugestões sobre como combater as notícias falsas espalhadas por aplicativos de celular. Ela repetiu os argumentos dado na última semana, de que no mundo inteiro os países tentam combater este tipo de prática.

O pronunciamento da ministra não convenceu e foi alvo de várias perguntas dos jornalistas durante o balanço do TSE referente ao segundo turno das eleições. A ministra afirmou que todos os pedidos de representação, incluindo os de impugnação de candidaturas por conta do uso desenfreado de fake news serão analisados com prioridade pelo tribunal.

Mas, ao mesmo tempo, ressaltou que a tramitação dos processos terá de respeitar "o tempo do Judiciário" – o que é entendido como um aviso de que a apreciação e julgamento destas ações vão demorar.

"Com relação ao tempo de duração do processo, não tenho como dar um prognóstico, vamos observar o devido processo legal", disse. "O que eu posso afirmar é que nós vamos dar o encaminhamento célere que a Justiça Eleitoral costuma dar a todos os processos", acrescentou.

De acordo com a ministra, o segundo turno transcorreu "dentro da mais absoluta normalidade" e intercorrências observadas foram consideradas por ela como "próprias e esperadas do processo eleitoral em um país com dimensões continentais como o nosso".

Ocorrências

O balanço apresentado por Rosa Weber registrou a substituição de 4.658 urnas ao longo do dia.

Além disso, em quatro municípios – Cordislândia (MG), Apuí (AM), Saubara (BA) e Magé (RJ) – foi necessária a adoção da votação manual. Os estados que tiveram o maior número de urnas com defeito foram São Paulo (860), Rio de Janeiro (613), Minas Gerais (543), Paraná (476), Rio Grande do Sul (366), Ceará (258), Santa Catarina (198), Bahia (195), Goiás (164), Pernambuco (149) e Sergipe (115).

O TSE também registrou 236 prisões de pessoas que praticaram irregularidades neste domingo, como, por exemplo, a propaganda eleitoral.

O segundo turno das eleições, segundo o balanço teve a maior abstenção já observada desde 1998, ou seja, um registro total de 31.308.796 de brasileiros que não foram às urnas.  O número representa 21,29% do eleitorado do país.

Em relação aos votos em branco, foram registrados 2,4 milhões de votos em branco (2,15%) e 8,5 milhões de votos nulos (7,43%).

"Hoje estamos a dar o último passo dessas três intensas semanas com sabor de muito tempo vivido, que consolidam o trabalho de dois longos anos da Justiça Eleitoral", disse ainda a ministra.

Já em relação à ação policial, foram registradas, no total, 1.027 ocorrências e 11 manifestações, apontaram dados da Central de Investigação da Polícia Judiciária da União para as Eleições. Foram, ainda, instaurados 12 inquéritos, conduzidas 62 pessoas e presas outras 13 delas.

Estes últimos números, apresentados pelo ministro de Segurança Pública, Raul Jungmann, foram considerados bem menores do que os registrados durante a realização do primeiro turno das eleições.

"Se já tivemos um primeiro turno com tranquilidade, ficou evidente que tivemos um segundo turno que transcorreu de forma ainda mais tranquila", ressaltou o ministro, que enalteceu s eleitores, "que fizeram com que as eleições transcorressem com paz, tranquilidade e respeito à vontade dos brasileiros e brasileiras", disse Jungmann.

O ministro também observou que o impacto da divulgação de fake News não chegou a por em questionamento a lisura das urnas eletrônicas e que mesmo o fato dos casos registrados não conseguiram desfazer "a imagem de 22 anos do sistema eletrônico de votação". 

Balanço das eleições (2º turno):

Urnas substituídas: 4.658

Abstenções: 31.371.417

Votos em branco: 2.486.591

Votos nulos: 8.608.008

Prisões: 236

Ocorrências: 480 

Manifestações: 11

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