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Pandemia deixa claro desprezo de Bolsonaro pelos serviços públicos


O diretor da Executiva da Condsef/Fenadsef, Jurandir Liberal, lembra que o Brasil só está passando pela situação de caos atual graças ao desinvestimento feito nos últimos anos no setor público

Publicado: 27/05/2020

Da Ascom Sindsep-PE

O projeto de desmonte do serviço público e o desprezo pelos servidores e pela população brasileira como um todo, por parte do governo Jair Bolsonaro, fica muito claro neste momento de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. O número de mortes avança em todas as cidades dos diversos estados do Brasil – o país se tornou o epicentro da pandemia no mundo nesta quarta-feira (27 de maio), com o número de 1.039 mortes em 24 horas, totalizando mais de 24.6 mil óbitos.

“Enquanto isso, Bolsonaro fala em gripezinha, troca de ministros da Saúde como se troca camisa e tenta convencer a população a usar um medicamento que não cura o vírus e ainda provoca mortes por efeitos colaterais”, destacou o diretor da Executiva da Condsef/Fenadsef, Jurandir Liberal (Foto). 

Jurandir Liberal lembra que o Brasil só está passando pela situação de caos atual, com infraestrutura e equipamentos muito abaixo do necessário para enfrentamento da pandemia, graças ao desinvestimento feito nos últimos anos no setor público brasileiro. Caso este governo priorizasse investimentos no setor público, hoje o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos melhores e mais democráticos modelos de sistema de saúde do mundo, estaria bem mais estruturado para atender a população brasileira. 

“O SUS, assim como as demais políticas públicas, nas mais diversas áreas, deve ser fortalecido. E isso ficou muito claro nesse momento. A grande massa da população desse país necessita dos serviços públicos desde o momento em que nasce até o momento em que morre. Por isso, defender o serviço público não é tarefa apenas de servidor ou sindicalista, mas de todos os cidadãos e cidadãs que compreendam a importância de um serviço público de qualidade para o uso de toda a população”, alertou Jurandir Liberal. 

Caminho contrário

Mas ao contrário de valorizar o serviço público, Bolsonaro tem trabalhado, desde o início do seu governo para promover o desmonte do setor. Primeiro manteve a Emenda Constitucional 95, aprovada no Governo Temer, que congelou todos os investimentos do Estado Brasileiro por 20 anos. Só o SUS perdeu R$ 20 bilhões, apenas em 2019, com os cortes. Além disso, Bolsonaro suspendeu os concursos públicos para novos servidores, enquanto milhares deles estão se aposentando. Ao final de 2019, o governo tinha 607.833 servidores públicos na ativa, 22.856 a menos do que em 2018. O governo também acaba de congelar os salários dos servidores federais e pressionou os governadores para que eles apoiassem o congelamento dos salários dos servidores estaduais e municipais. 

“Além de atacar os serviços públicos e seus servidores, o governo tentou desmobilizar o único movimento que pode defendê-los que é o movimento sindical com a tentativa de retirar a contribuição sindical dos contracheques desses trabalhadores”, comentou Liberal.   

Mas esse governo não maltrata apenas os servidores. Com a sua política, a população mais vulnerável, que mais precisa dos serviços públicos, é a que mais sofre. Um exemplo foi o atraso para pagamento do auxílio emergencial pago para a população mais vulnerável. Primeiro o governo só queria pagar R$ 200. Mas graças à pressão dos senadores e deputados, o valor passou a ser de R$600. 

“No entanto, o governo atrasou e dificultou o pagamento para milhares de pessoas. Isso por má vontade e falta de planejamento. Quando, desde janeiro, já se sabia que o vírus chegaria ao Brasil. Importante destacarmos os esforços dos trabalhadores da CEF para atender da melhor forma a todos”, sublinhou Jurandir.

Granadas para os servidores 

O episódio da divulgação do vídeo, por parte do ministro do STF, Celso de Mello, em que Jair Bolsonaro se reúne com seus ministro, deixou ainda mais evidente o descompromisso desse governo com o Brasil, a sua população e os servidores. “Enquanto a pandemia avançava no Brasil, Bolsonaro desferia dezenas de palavrões se mostrando preocupado apenas com a mudança na Polícia Federal”, afirmou Jurandir Liberal.   

Mas Bolsonaro não estava sozinho. Referindo-se aos servidores públicos, o ministro da Economia disse: “Nós já botamos a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário”.

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, alertou aos presentes sobre o que considerava ser uma oportunidade trazida pela pandemia da Covid-19. Para ele, o governo deveria aproveitar o momento em que o foco da sociedade e da mídia está voltada para o novo coronavírus para mudar regras ligadas à proteção ambiental e à área de agricultura e evitar críticas e processos na Justiça. A ideia é beneficiar o agronegócio com o afrouxamento de regras para o desmatamento e grilagem de terras. “Enquanto isso, o Ibama emitiu uma portaria, recentemente, para impedir que os servidores possa usar suas redes sociais particulares para criticar as políticas desse governo e defender o meio ambiente”, informou Jurandir.  

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou em prender governadores e prefeitos por eles estarem adotando medidas importantes para enfrentamento à pandemia da covid-19. Medidas que deveriam ser adotadas pelo Governo Federal para todo o Brasil.   

Já o ministro da Educação, Abrahan Weintraub, além de defender a prisão dos ministros do STF disse: “Odeio o termo ‘povos indígenas’, odeio esse termo. Odeio o povo Cigano. Quer, quer. Não quer, sai de ré”, em flagrante desrespeito aos povos originários desse país.

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