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SINDICATO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS NO ESTADO DE PERNAMBUCO
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Publicado: 04/07/2025
Escrito por: CUT Brasil
A opinião da sociedade brasileira sobre a escala 6x1 e a taxação dos super-ricos foi tema de mais um episódio do Podcast Estúdio CUT. No programa, Milton dos Santos Rezende, o Miltinho, secretário nacional de Mobilização e Relação com os Movimentos Sociais da CUT, detalha o Plebiscito Popular 2025, cuja votação teve início nesta terça-feira (1) e vai até setembro.
Na conversa, o dirigente teve como linha principal a conscientização sobre a importância de a sociedade dizer o que pensa a respeito de temas importantes como o fim da jornada de trabalho 6x1, que obriga milhões a trabalharem seis dias e só descansarem no sétimo, e a reforma tributária justa, que inclui a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação de grandes fortunas, super-ricos, entre outros como casas de apostas online (bets).
“Não esperamos que esse Congresso faça uma transformação no mundo do trabalho que beneficie quem vive do seu suor. Por isso, decidimos falar direto com a sociedade”, afirma Miltinho, sobre o plebiscito.
Plebiscito
O plebiscito é uma iniciativa das entidades que compõem as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre elas a CUT. Trata-se de uma grande consulta nacional para ouvir o povo sobre trabalho, justiça e dignidade. A perguntas são:
A votação teve início no dia 1° de julho e segue até o mês de setembro. Para participar e saber mais, acesse:
O perfil oficial do plebiscito no Instagram é @plebiscitopopular2025, onde é possível acessar cédulas, materiais de apoio e orientações para organizar comitês locais de votação.
O Podcast
Trabalho excessivo e adoecimento: Miltinho lembra que a CUT sempre defendeu a redução da jornada de trabalho como um direito à vida plena. "Desde a Constituinte de 1988, lutamos por isso. Já conquistamos 44 horas semanais, depois 40 em algumas categorias. Agora é hora de avançar mais", afirma. Para ele, o modelo atual está adoecendo os brasileiros:
“Há uma romantização da renda. Vende-se a ideia de que, quanto mais você trabalha, mais você prospera. Mas a realidade é que quanto mais se trabalha, mais se adoece. Menos tempo para o lazer, para a família, para a vida.”
No podcast, ele lembra que na sua própria cidade, no interior da Bahia, durante os festejos juninos, trabalhadores chegam a fazer jornadas de 16 a 18 horas por dia: “Nem sequer podem aproveitar a festa. São sugados por um modelo que explora ao máximo e entrega o mínimo.”
Tecnologia: aliada ou inimiga?
Outro ponto de reflexão levantado por Miltinho é o uso das novas tecnologias. Em vez de reduzir a carga de trabalho e gerar empregos, muitas empresas têm usado a tecnologia para demitir e precarizar. A CUT defende outra lógica:
“As tecnologias podem e devem ser usadas para gerar novos empregos e redistribuir jornada, com contratação. O problema é que não há investimento em qualificação. Quem fica fora do mercado vai para os aplicativos, achando que está ganhando bem, até bater o carro ou quebrar a moto e ver que é ele quem arca com tudo.”
Justiça tributária: quem paga a conta?
O segundo eixo do plebiscito popular é a reforma tributária justa. Um dos principais pontos é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, enquanto os que recebem milhões seguem intocados.
“Hoje, quem ganha muito paga pouco ou nada. E quem tem salário apertado é quem banca o Estado. Isso é insustentável. Não dá mais para proteger casas de apostas e os super-ricos. Eles não podem continuar sem pagar imposto enquanto o povo carrega o país nas costas”, afirma.
Miltinho também denunciou a decisão recente do Congresso Nacional, que isentou as casas de apostas e os mais ricos, ao mesmo tempo em que pressiona para mexer no salário mínimo e nos benefícios da Previdência.
“Foi escandaloso. O Congresso não teve a menor vergonha. Protegeram quem financia suas campanhas e mandaram a conta para o trabalhador.”
Participação ativa e mobilização
A votação no plebiscito ocorre em formato híbrido: digital e presencial. É possível participar pelo celular, tablet ou computador, e também por cédulas impressas, disponíveis nas redes sociais do plebiscito. A ideia é garantir o máximo de capilaridade, chegando até mesmo a locais sem acesso à internet.
“Vamos fazer mutirões de mobilização, levando o plebiscito para portas de fábrica, pontos de ônibus, igrejas, feiras, até enterros se for preciso. Precisamos conversar com o povo onde ele está”, reforça Miltinho.
O que acontece depois?
Os resultados do plebiscito serão levados ao Congresso Nacional em um ato político de entrega, com a presença de sindicatos, movimentos sociais e lideranças populares.
“Vamos mostrar o que o povo quer. Se forem 10, 20 milhões de votos, é a sociedade dizendo claramente: queremos jornada de trabalho decente e justiça tributária. E o Congresso vai ter que ouvir.”
O podcast completo está disponível nos canais oficiais da CUT e o plebiscito segue aberto até setembro.
O episódio está disponível no canal do Youtube da CUT